18 novembro, 2009

Pintar minha alegria

Pintei meus dois dedos de desleixo, que separavam minha raiz drasticamente da ilusão loira. Concretizei no exterior a minha mudança interior, já tão clara para quem não apenas julga me conhecer bem. Vou dormir sem hora pra levantar da minha rede, mas se minha rede falasse, não teria eu um segundo de paz, uma matraca descontrolada a berrar as aventuras do meu quarto escuro, que bom que sua mudez é concretamente materializada. Estou livre de algumas amarras. Sinto que a felicidade veio me visitar, já há algum tempo, e cada dia mostra sua verdadeira face ao encostar-se no meu nariz. No primeiro dia apenas bateu na porta, no segundo estava na sala de jantar, no terceiro no meu quarto e agora nas minhas veias, nos meus olhos, nos meus sorrisos tão espontâneos. Sei que um dia vai embora, sem avisos prévios, não mandara nem sequer telegramas por um bom tempo. Pode me chamar de boba, mas não me importo, até gosto. Gosto dessas oscilações, dessa certeza do sofrimento, das lágrimas, para só depois vim o estágio de alegria eufórica. Espero que você não queira me prender em discursos bestas, não agora, sou bem mais má do que aparento, quando quero. Prendo-me apenas nas minhas palavras escritas, não ditas. Sou mais sincera quando finjo meu bem. Não é maldade, é sinceridade fingida.

2 comentários:

joubs disse...

'ilusão loira' @_@
por que as pessoas sempre querem ser loiras? dilema -QQ

mas eu amei o texto *-*

Fernandes disse...

A felicidade jogou-se aos meus pés.