27 junho, 2010

Desculpas de trem


Enchemos o copo,

Te amei, mas o vinho chegou ao fim.

A ressaca me invadiu e o trem nos levou embora.


Não sabia que tinha que pedir desculpas,

Por ter sede e fome do infinito.

E não ter nascido para um lugar fixo,

Muito menos para cá.


Solidão nos meus pés,

Que me esqueci de te levar comigo.

18 junho, 2010

azar

Minha raiz esta aparecendo, meu esmalte não permanece mais de dois dias na minha unha sem descascar, não tenho roupa para sair, estou deveras irritada com minha mãe, hoje não acordei bonita, minha calça Jens não entra, fui fazer comida e o gás da cozinha acabou. Que azar o meu, não?


17 junho, 2010

Para mim que não sei mais fingir

Quem será essa mesmo no espelho?

Espelho, espelho meu.

Essa realmente sou eu?

O mar invadiu minha casa

Senti-me outra, meu cabelo já é outro.

Se eu escolher outro esmalte

Alguém vai acreditar?

Nem minha mobília acredita

Na minha fajuta interpretação.

Assim bem meia-boca,

Finjo um não principio de afeto.

Grito-te balelas, falo sem parar

E sempre me perguntas o que tenho ao me calar.

Sou teu reverso,

Sem tempo, sem leito,

Sem questão para solução.