19 julho, 2008

Tatuagens/Piercings não interferem no caráter


Quem nunca teve vontade de fixar uma bolinha brilhante no nariz ou no umbigo ou de escrever uma frase ou fazer um desenho permanente na pele que atire a primeira pedra.
Nenhuma pedra, certo? Certo. Como imaginei.
Há aqueles, ousados, que cederam à vontade momentânea e o fizeram, colocaram um piercing ou fizeram a planejada tatuagem.
Há também aqueles que não cederam, por diversos motivos: Não tiveram coragem, não coube em seu orçamento, não encontraram um profissional de confiança... Mas o motivo que mais tem peso é a aceitação.
Da família, dos amigos, da sociedade no geral... Sempre há alguém que não aceita o desejo de uma arte no corpo. E aí vem a indagação. Por que não aceita?
Ninguém sabe responder diretamente, ficam rodeando, dizendo que você pode se arrepender depois e blablablá... Os mais radicais dizem que é coisa de prostituta ou maconheiro.
Uns chegam ao cúmulo de dizer que é coisa de marginal.
O que as pessoas não entendem: O piercing ou a tatuagem não vai mudar o que você é ou pensa. É físico, não psicológico. Não vai mudar seu caráter. É a questão do diferente, que atrai a muitos e desgosta a outros tantos.
Não vai ser tipo, "Ah, agora eu tenho um piercing e vou começar a roubar.", "Fiz uma tatuagem e vou começar a fumar por causa disso.".
É tudo um conceito da sociedade atual. Um conceito hipócrita e completamente enganoso, inevitável para uns, ridículo para outros.
Já dizia o Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr.: "Pra onde vai esse mundo hostil?"
Pra onde vai a sociedade e seus conceitos preconceituosos (Se me permitem a contradição.)? Pra onde vamos todos nós, continuando assim, discriminando, julgando e marginalizando, no sentido de pôr à margem, os que tem simples diferenças que nem chegam a ser propriamente físicas?

Obrigada,
-Natália Cristine


Tema do texto escolhido pela enquete. ;]

10 julho, 2008

Coloridamente inconstante!

Eu era acomodada sendo e vivendo no meu mundo preto e branco, meu coração preto e branco batia involuntariamente por motivo desconhecido até aquele dia, ai você ousou aparecer, querendo pintar meu mundo de verde.
E eu que era e sempre tinha sido tão preto e branco nunca tinha imaginado que poderia existir outra cor tão alegre, que ao mesmo tempo me transmitia uma tranqüilidade impressionante, que o preto e branco nunca me deu. Sem perceber deixei você pintar minha grama de verde, e naquele momento me apaixonei, como a grama poderia ter ficado tão linda de verde?
Então você foi pintando alegria nos detalhes, que agora não era mais todos preto e branco, mais meu coração antes preto e branco, não queria mais ser preto e branco, estava confuso com tantas mudanças, se tornou então inconstante, não queria mais só o verde, queria conhecer outras cores que certamente existiam.
Decidi ouvir o meu coração e saímos à procura de novas cores, encontramos o vermelho, o amarelo e o azul (o último às vezes me lembrava o verde e fazia lembrar ao meu coração que ele tinha me feito enxerga um novo mundo coloridamente inconstante). Encantei-me muito com essas novas três cores, mas não satisfeita com minha alma preta e branca resolvi misturá-las, e descobri ainda mais cores com essas minhas tantas experiências.
Meu coração que tinha já se pintado de vermelho, estava satisfeito, e eu coloridamente inconstante queria voltar pro meu verde, mais era tarde, tarde demais, para eu dizer que ele que tinha me feito virar um arco íris, mais ele deixou um pouco de verde no meu antigo preto e branco, e nunca vou esquecer do verde. Toda vida que eu olhar pra minha grama, lembrarei!

07 julho, 2008

E onde fica a liberdade de expressão?

O artigo 285-B do Substitutivo do Senador Azeredo diz que será considerado CRIME:"Obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida:Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.Parágrafo único. Se o dado ou informação obtida desautorizadamente é fornecida a terceiros, a pena é aumentada de um terço."

É o artigo criado pelo Senador Eduardo Azeredo. Segundo ele, seria considerado crime fanfics e fansubers. Fanfics são ficções criadas por alguém sobre alguma coisa que o autor admire, que seja fã. Isso inclui livros, filmes, cantores, atores... Ficções que não têm nenhum comprometimento com a realidade, que tomam forma baseando-se em imaginação da cabeça dos autores.
O segundo, o qual não tenho muito conhecimento, é o ato de legendar ou traduzir do japonês para o português animes (Desenhos animados japoneses, feitos em séries, no qual um episódio continua o anterior.), e depois fornecê-lo gratuitamente às pessoas.

Esse artigo está criando revolta em muitas pessoas, e, se me permitem dizer, em mim também. Há cerca de dois anos eu leio e escrevo fanfics, e posso garantir que não me prejudicou em nada. Pelo contrário, há um tempo comecei a escrevê-las, e hoje agradeço a elas o desenvolvimento de minha imaginação, muitas vezes utilizada na escola, e do meu português. Com as fanfics eu aprendi a escrever muito mais do que eu teria aprendido nesse tempo de dois anos na escola.
O propósito do artigo é algo como impedir que informações sejam repassadas sem o conhecimento do responsável principal. O Senador quer mandar pra PRISÃO quem faz isso. No caso das fanfics, quem escreve por diversão. É exatamente isso que os ficwriters, como são chamados os escritores de tais fanfics, fazem; escrevem histórias com seus ídolos por mera
diversão.
Sim, por vezes são citadas coisas que não são verdade sobre de quem a fanfic trata. As vezes marcas de roupas, carros, sapatos etc. são citadas. Mas tudo isso é FICÇÃO, IMAGINAÇÃO.
Além do mais, no início de toda fanfic de minha autoria é colocada uma tabela que esclarece informações sobre ela, tais como título, os principais personagens que serão citados na história, a censura e classificação da fanfic... E, lá vamos nós embarcar nos termos práticos usados nas fanfics, na mesma tabela há um item denominado de “Disclaimer”, que é uma espécie de carta de renúncia da fanfic. Nele, o autor tem que esclarecer que nada do que vai ser relatado tem compromisso com a realidade, que determinados personagens existem e são de autoria de outras pessoas (Algumas vezes são pessoas reais, como cantores ou atores), que marcas e lugares citados não lhe pertencem e que ele não tem absolutamente NENHUM fim financeiro com aquilo. Só o que pretendem os ficwriters é diversão.
E agora o Senador Azeredo quer proibir as pessoas de escreverem suas ficções, de certa forma censurando suas palavras?
Com tudo isso, onde fica a liberdade de expressão, que também nos é permitida por lei? Onde fica o direito das pessoas de escreverem o que bem entendem, desde que tomando certos cuidados, como colocar o citado disclaimer apenas pra evitar confusões com patenteamento e/ou direitos reservados?
Existem tantos problemas que precisam de aprovação de leis para serem resolvidos, e o governo agora vai se preocupar com o que a população escreve e que não tem nada a ver com a realidade?
Espero realmente que o artigo proposto para aprovação seja ‘recusado’, pois é completamente ridículo querer tirar a liberdade de expressão e pensamento que nos é permitida. Espero que o presidente perceba quão ridícula, na falta de uma palavra melhor, essa aprovação será e tome as providências necessárias pra que continuemos sendo felizes escrevendo nossas pequenas ficções sem compromisso com a realidade.

Obrigada,
-Natália Cristine.