25 fevereiro, 2009

Falta de sentir


Sentia o meu corpo todo arder, me sentia como se estivesse acabado de sair de um incêndio, ainda conseguia sentir as chamas no meu corpo. Não me sentia viva, não me sentia morta, apenas não me sentia. Me direcionei até a varanda de altura mediana, olhei para baixo com uma idéia fixa na cabeça. Fiquei com aquele olhar fixo, não sei ao certo por quanto tempo. O vento havia sumido, não o sentia mais em meus cabelos, as cores que sempre foram tão vivas, desapareceram, o tempo deveria passar normalmente, mas eu realmente não notava. A idéia continuava a me atormentar, meu olhar então cada vez mais fixo. Naquele momento a lembrança da tua mão na minha coxa e a minha mão nos teus belos e finos cabelos loiros invadiu a minha mente. Senti o vento trazer bem baixinho aquela música, aquela mesma, brand new start.
I got time to hold my own
What's a day when the years are on their way
I gotta say.



15 fevereiro, 2009

O diário de Ana para Otávio

Sexta feira, 13.
Era uma sexta feira como tantas outras, estava eu ali com meus amigos esperando o meu celular tocar. Precisava de distração, logo quando ia pedir uma bebida, ele ligou. Sei que já o mencionei aqui incontáveis vezes, mas era ele mesmo, Otávio. Me ligou logo quando ia começar a esquecê-lo, que desgraçado. Riu do meu sotaque, inexistente por sinal. Afirmou que nunca sentiu ciúmes de mim, apesar de no fundo saber que era mentira. Desliguei, tinha que desligar. Ainda tenho comigo aqui, um pouco daquela sensação que Otávio causa em mim, queria entender. Hoje vou dormir abraçada com o resquício da minha ilusão, até amanha.
Domingo, 15.
Realmente abomino domingos, eles realmente me atingem fundo com a sua melancólica de que amanhã o meu mundo será o real e o mais duro possível. Além disso, as pessoas não costumam sair no domingo e hoje sou uma delas. (...)
Ele voltou a me falar dela. Preciso de chocolate, já que aqui não tem bebida. Depois do chocolate tudo se acalma, volto a minha tranqüilidade aparente, pelo menos para ele. Volto a dar os meus conselhos que ele não vai seguir. Queria só saber quando vou parar de amar, tanto assim um otário que não percebe isso.

Segunda, 16.
Vou parar de beber, isso é uma promessa. Vou parar de amar, essa é outra promessa mais importante do que a outra.

Quinta, 19.
Conheci um cara, talvez ele seja diferente, ou não. Só vou descobrir, tentando. A gente conversou hoje, notei que ele é totalmente diferente de mim, em vários aspectos, como musical. Mas também ligo, estou precisando mesmo de pessoas opostas a mim para varia um pouco.
Ele não me lembre o Otávio, um ponto positivo. Apesar de ainda lembrar dele sei que agora sou menos frágil.

14 fevereiro, 2009

Solidão não tão solitária

- Ei, garota! Você mesmo!Está perdida? Por que está andando sozinha nesta hora?
- Não estou sozinha, você não os enxerga?
- Quem? Já te vejo caminhar a algum tempo e nesse tempo não esteve nem por um minuto acompanhada.
(silêncio, a garota não respondia, não demonstrava felicidade, nem tristeza, nem qualquer outro sentimento, apática)
- Qual seu nome? Garota você ta me ouvindo me diz o seu nome! Vou ligar para polícia para chamar os teus pais.
(ela direciona o seu olhar para o lado oposto, onde esboça um leve sorriso seguido de um barulho inexplicável)
- Meu nome é solidão. (olhando na direção oposta)
- GAROTA! Estou falando serio! Para onde você ta olhando? Olha para mim. Quem está ai?
- Eu os vejo aqui, eles como você perguntaram porque eu estava sempre sozinha então os convidei para me fazer companhia.

Acaso

Lágrimas escorrendo sem parar, e eu não queria acreditar nos meus ouvidos. Ele estava acabando comigo, literalmente, e no dia do nosso aniversários de namoro. Havia outra, eu sabia que havia. Sabia antes mesmo que ele dissesse.
Jogo a aliança no chão e saio do bar, quase cega pela raiva e pelas lágrimas, sem prestar atenção às ruas que percorria, ou nas pessoas que nelas estavam.
Esbarro em alguém, peço desculpas não muito sinceras, mas a pessoa me chama pelo nome e pergunta o que aconteceu. Viro-me de volta.
Reconheço um velho conhecido, não muito velho, não muito conhecido. Do último trabalho, lembro.
Ele se oferece para me levar em casa, eu não aceito, mas mesmo assim ele me leva, e no caminho a verdade acaba escapando da minha boca e me atingindo de forma inigualável.
Ele tenta me consolar, eu tento me controlar. Ao parar na frente da minha casa, ele se despede com um beijo no rosto, o primeiro de muitos, mas nem todos no rosto.

Desisti

Desisti! Não de mim, de nós. Não de nós para sempre, de nós agora. Não de você, de você junto a mim neste momento. Se quiser me esperar, me espere, mas sem cansar, sem exitar, sem duvidar que realmente te amei, que realmente te amo. Caso contrário, não me espere, encontre outros braços para os seus abraços. Acabei descobrindo que desistir de nós, era desisti de um pedaço de mim.

13 fevereiro, 2009

arte ser artista


Arte para mim é um pedaço de céu que um verdadeiro artista teve a sensibilidade de roubar e emoldurar numa bela tela, num belo espetáculo, ou em tantas outras artes. Arte para mim não são palavras escritas ao acaso, não são tintas jogadas num quadro sem nenhum propósito. Artista é apenas um insano que resolve compartilhar sua arte, sua opinião diferenciada do mundo, um artista não se sente satisfeito em ter aquilo só para si. O grande amor da vida do artista é o público. Arte é uma expressão livre, arte é o sangue que corre nas minhas veias.