14 fevereiro, 2009

Acaso

Lágrimas escorrendo sem parar, e eu não queria acreditar nos meus ouvidos. Ele estava acabando comigo, literalmente, e no dia do nosso aniversários de namoro. Havia outra, eu sabia que havia. Sabia antes mesmo que ele dissesse.
Jogo a aliança no chão e saio do bar, quase cega pela raiva e pelas lágrimas, sem prestar atenção às ruas que percorria, ou nas pessoas que nelas estavam.
Esbarro em alguém, peço desculpas não muito sinceras, mas a pessoa me chama pelo nome e pergunta o que aconteceu. Viro-me de volta.
Reconheço um velho conhecido, não muito velho, não muito conhecido. Do último trabalho, lembro.
Ele se oferece para me levar em casa, eu não aceito, mas mesmo assim ele me leva, e no caminho a verdade acaba escapando da minha boca e me atingindo de forma inigualável.
Ele tenta me consolar, eu tento me controlar. Ao parar na frente da minha casa, ele se despede com um beijo no rosto, o primeiro de muitos, mas nem todos no rosto.

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