02 janeiro, 2009

instabilidade amorosa.

Me peguei andando pelas ruas da cidade no primeiro dia do ano. Nas primeiras horas refletia sobre o ano que se passou, sobre quem me tornei, quem eu quero me tornar, depois de algum tempo passei apenas a apreciar a música, porque como de costume o meu companheiro mais fiel estava comigo. “Eu quero a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida” desculpa ser contra as frases de um dos meus poetas favoritos, mas eu não quero a sorte de nenhum amor tranqüilo, quero acordar com a incerteza pensando se ele vai estar aqui amanhã, não quero fazer os mesmos programas todo final de semana que com o tempo se tornaram monótonos, não quero escutar declarações de amor ensaiadas na frente do espelho. Pode parecer estranho, mas eu quero brigar, gritar, reclamar e discutir com ele muitas vezes e dormir com a certeza que nunca mais quero ver o seu rosto, e de manhã lembrar que preciso disso pra poder dormir novamente. Sou inconstante, não quero morrer de tédio com você, muito menos com ele, quero poder saber que posso chamá-lo pra os programas mais loucos e viver dias que nunca teríamos outros iguais. Posso aparentar ser uma doida, quem liga? Eu não. Acho que os loucos são muito mais felizes, e se um dia eu achar uma pessoa tão insana como eu, talvez eu pare de querer uma coisa a cada instante, talvez eu pare com toda essa instabilidade amorosa. Enquanto espero a minha fruta não mordida chegar, pra não perder o prazer de dar a primeira mordida e deixar a marca dos meus dentes, continuo apenas curtindo essa fase que chamam de adolescência.

Um comentário:

ciro guilherme disse...

insanidade é vício, paciência é virtude, loucura é cura e equilibra a saúde. (fikdik)