Começarei sem desejar um feliz natal, como o esperado. Parece uma manifestação de um falso desejo de que o seu dia seja bom. Abomino o fato de todos ficarem tão bonzinhos no Natal, o seu bom velhinho, coitado de ti, deve estar assustado com a decoração natalina da minha cidade, que parece mais uma alegoria da Sapucaí. Para os que desejo um feliz dia, não é apenas hoje. Sem cartas queimadas na chaminé, e sem pedidos esta noite, já recebi mais do que esperava durante esse ano. Agradeço pelos seus olhos atentos, e principalmente pelos duendes disfarçados que me agüentam cada vez mais numa convivência aflorada. Na foto em anexo dessa carta esta minha prima Cecília, troco todos meus desejos pela realização de meia dúzia dos dela. Espero que não tenha que suporta o sol de 7 da manhã a beira mar, sem a compensação de um sorriso alheio. Sem leite, sem chocolates, sem meias nos trincos das portas, sem trincos, nem trancas que empeçam sua entrada, sem cartas espero o próximo dia 25 de dezembro.
25 dezembro, 2009
23 dezembro, 2009
Sem flor
Sou pausas, não continuação.
Um intervalo,
Preenchimento do vazio momentâneo.
Um beijo, uma noite,
50 dias sem valor, sem calor, sem rancor.
Espinhos cheios, sem flor,
O exalar do perfume inexistente das ausências.
A procura do transbordar,
Do encontrar de alguém para se identificar.
E te pergunto:
Cadê você?
Se você em questão me encontrar,
Não hesite. Sem mensagens subliminares,
Avisos claros.
Peço-te gritos e ranger de dentes para esses meus olhos cegos,
Puxões para meus cabelos,
Intensidade para meus dias,
Desordem para minha rotina e horários.
Em troca não te matarei de tédio,
E te farei textos menos clichês
Porque em você encontrarei inspiração sem razão.
Um intervalo,
Preenchimento do vazio momentâneo.
Um beijo, uma noite,
50 dias sem valor, sem calor, sem rancor.
Espinhos cheios, sem flor,
O exalar do perfume inexistente das ausências.
A procura do transbordar,
Do encontrar de alguém para se identificar.
E te pergunto:
Cadê você?
Se você em questão me encontrar,
Não hesite. Sem mensagens subliminares,
Avisos claros.
Peço-te gritos e ranger de dentes para esses meus olhos cegos,
Puxões para meus cabelos,
Intensidade para meus dias,
Desordem para minha rotina e horários.
Em troca não te matarei de tédio,
E te farei textos menos clichês
Porque em você encontrarei inspiração sem razão.
15 dezembro, 2009
50 gotas de morbidez

Morta afundada no copo de vodka,
Luz incandescia seus olhos estrábicos, bar.
Ausências amigas te preenchiam, lar.
Fênix incontrolável seu amor se tornou.
Enforcar, queimar, trucidar, era seu desejo.
Suicídio seria a fuga imperfeita,
Matá-lo dentro de si, afirmativa recorrente habitual.
Inventar fobias, manias.
Esvaziar o seu tempo vagaroso,
Consumir, derramar sua coleção de quinquilharias.
Carrossel extasiado,
Livro de auto-ajuda para quem não deseja se ajudar.
Potencializada sentia suas dores, remorsos,
E a esperança de que um dia o fim ei de chegar.
Luz incandescia seus olhos estrábicos, bar.
Ausências amigas te preenchiam, lar.
Fênix incontrolável seu amor se tornou.
Enforcar, queimar, trucidar, era seu desejo.
Suicídio seria a fuga imperfeita,
Matá-lo dentro de si, afirmativa recorrente habitual.
Inventar fobias, manias.
Esvaziar o seu tempo vagaroso,
Consumir, derramar sua coleção de quinquilharias.
Carrossel extasiado,
Livro de auto-ajuda para quem não deseja se ajudar.
Potencializada sentia suas dores, remorsos,
E a esperança de que um dia o fim ei de chegar.
09 dezembro, 2009
Carta do meu amor (Parte 2)
(...)
Por mais que diga e reafirme que esse será minhas últimas palavras unidas num papel para você, sei que minto. Me pediste para responder tuas confissões, com outras. Confissão número um: sempre vai existir um pedaço de ti em mim, você faz parte da minha historia, da invenção das minhas fobias, do meu vicio de ter vícios, mas me acalmo em dizer que não era como antes, vivo agora mais tranqüila do que atormentada por suas lembranças. Arranjei outros motivos para me atormentar, outras pessoas para te perder e me encontrar. Minha vida sempre foi baseada em relações fora do convencional, pitorescas talvez, se te contasse tudo que vivi nesses meses, de tudo que me libertei, tudo que senti numa intensidade que alguns julgariam deplorável, iria rir da minha imprudência jovial. Me vi próxima de pessoas que só agora fui verdadeiramente conhecer. Conheci um cara, para dizer a verdade uma dezena deles passou pela minha vida sem me deixar marcas, mas só três me desorganizaram e me fizeram desejar sua permanência após os dias. Interpretei dentro do palco e fora dele, cortei o cabelo, mudei os meus óculos, sofri com a biologia que não entra na minha cabeça, sai da fisioterapia, me adaptei a ter perdido alguém que na verdade nunca foi meu. Vivi assim, quase sem me querer, até que o encontrei, não foi programado, planejado ou esperado. Espero na verdade outro amor que balance minhas veias, mas ainda não é dele que estou a lhe relatar. O ele em questão se tornou meu melhor amigo, meu irmão, minha relação incestuosa, o limite inexistente entre a relação pessoal e profissional. Meu amor por ti nesses últimos meses diminuiu diante dos meus olhos, e da raiz dos meus cabelos. E está aqui seu pedido de reciprocidade atendido, se fosse realmente tão corajosa e impetuosa pararia de te escrever para você não ler. Não se espante meu querido se um dia encontrar sua caixa de correio abarrotada com meu antigo amor.
Por mais que diga e reafirme que esse será minhas últimas palavras unidas num papel para você, sei que minto. Me pediste para responder tuas confissões, com outras. Confissão número um: sempre vai existir um pedaço de ti em mim, você faz parte da minha historia, da invenção das minhas fobias, do meu vicio de ter vícios, mas me acalmo em dizer que não era como antes, vivo agora mais tranqüila do que atormentada por suas lembranças. Arranjei outros motivos para me atormentar, outras pessoas para te perder e me encontrar. Minha vida sempre foi baseada em relações fora do convencional, pitorescas talvez, se te contasse tudo que vivi nesses meses, de tudo que me libertei, tudo que senti numa intensidade que alguns julgariam deplorável, iria rir da minha imprudência jovial. Me vi próxima de pessoas que só agora fui verdadeiramente conhecer. Conheci um cara, para dizer a verdade uma dezena deles passou pela minha vida sem me deixar marcas, mas só três me desorganizaram e me fizeram desejar sua permanência após os dias. Interpretei dentro do palco e fora dele, cortei o cabelo, mudei os meus óculos, sofri com a biologia que não entra na minha cabeça, sai da fisioterapia, me adaptei a ter perdido alguém que na verdade nunca foi meu. Vivi assim, quase sem me querer, até que o encontrei, não foi programado, planejado ou esperado. Espero na verdade outro amor que balance minhas veias, mas ainda não é dele que estou a lhe relatar. O ele em questão se tornou meu melhor amigo, meu irmão, minha relação incestuosa, o limite inexistente entre a relação pessoal e profissional. Meu amor por ti nesses últimos meses diminuiu diante dos meus olhos, e da raiz dos meus cabelos. E está aqui seu pedido de reciprocidade atendido, se fosse realmente tão corajosa e impetuosa pararia de te escrever para você não ler. Não se espante meu querido se um dia encontrar sua caixa de correio abarrotada com meu antigo amor.
04 dezembro, 2009
Carta do meu amor (Parte 1)
Olhava fixamente para a janela do décimo terceiro andar, impressionante como mesmo tendo fugido tanto daquela cidade, daquele bairro, daquele apartamento, daquele travesseiro com sabor do teu perfume parisiense, conseguia me sentir tão frágil. Uma boneca de fácil manejo que caia num poço sem fim a qualquer atitude tua, era isso que havia me tornado, ou melhor, sempre fui essa boneca entrelaçada nesses fios de nilon invisíveis. No fundo ainda existia uma doce esperança de te encontrar, junto com o medo do que isso poderia despertar. Precisava de álcool, mas o elevador elevava as minhas dores e ressentimentos aos olhares atentos dos seus amigos, os quais me filmavam a cada suspiro. Lembro de ter pensado em deixar de respirar, ou deixar de existir um milésimo de segundo depois. Sem deixar ninguém perceber, te procurei em todos os resquícios. Tudo ali parecia nos refletir, o cheiro da cor do teu carro, tuas roupas na desorganização perfeita costumeira, os seus livros jogados. Se não me engano foi nesse momento que sua mãe comentou sobre minha beleza, ou o seu pai sobre o meu vestido preto, só lembro-me do complemento, nenhuma novidade para mim, você não estava ali, tinha viajado por motivo de força maior, trabalho, tentaram demonstrar o quanto sentia pela ausência naquele momento. Queria que sentisse pela ausência em mim, não naquele momento. Transtornos me impulsionaram há fazer uma ligação, o discar dos números foi interrompido ao receber a tua letra ilegível num papel amarelado junto de uma garrafa convidativa de vinho. Não me importava de onde vinha, nem quem a trazia, apenas o “para minha atriz boemia” no envelope. Lia-te tão rápido, depois vagarosamente, com medo do acabar das folhas do nosso amor, lia-te como uma despedida, como um adeus, um fechamento do ciclo que sempre busquei. A reciprocidade do meu amor dolorido escrito em verso e prosa. Havia mais algo naquela sacola. Fotos, fotos e mais fotos. Meu rosto estampado durante tua vida, fotos espontâneas, minha cara enjoada de sono, minhas espinhas, olheiras, tua roupa no meu corpo. Felicidade me consumiu, não seria eu um ser compulsivo sozinho, havia a sua arte registrada também, era apenas voltada para outro ponto de vista. As circunstâncias haviam me tomado de você, nossas fraquezas, temores, ressentimentos, inseguranças apenas somavam para tudo estar como está. Ela era exatamente o contrário, era a segurança, a disponibilidade a todo segundo, um sim sem um não, uma certeza sem dúvidas, todos os defeitos escondidos atrás de uma falsa perfeição.
(...)
26 novembro, 2009
Intensidade giratória
Mas quanta intensidade,
Tudo gira com tanta velocidade.
Não me satisfaz mais essa meia metade.
Acumulo minhas horas não dormidas,
Em troca de tanta liberdade.
Quantos hematomas apareceram de repente.
Me sinto assim como num filme incoerente,
No roteiro, você veio bagunçar minha rotina
Meu horário e minha mente.
E sem acabamentos, nem cenas cortadas,
Você vira meu antídoto, compra o seu próprio veneno.
Quanto te encontro, mais fujo.
Tudo gira com tanta velocidade.
Não me satisfaz mais essa meia metade.
Acumulo minhas horas não dormidas,
Em troca de tanta liberdade.
Quantos hematomas apareceram de repente.
Me sinto assim como num filme incoerente,
No roteiro, você veio bagunçar minha rotina
Meu horário e minha mente.
E sem acabamentos, nem cenas cortadas,
Você vira meu antídoto, compra o seu próprio veneno.
Quanto te encontro, mais fujo.
19 novembro, 2009
Só de sacanagem
Cabelos molhados, rostos conhecidos em desejos encharcados
Garrafas que prenderam nossas sanidades e nos embebedaram de alarvidades
Com seu vazio gradativo tão convidativo.
Vejo o mundo de outra perspectiva,
Turvo, colorido - um escancarado sorriso!
Olhos me enganam,
Óculos se perderam
E todas as razões se dissolveram.
Meus ouvidos não falham.
Pernas desconhecidas estão a chegar,
Se aproximar, maliciosas querendo nos enlaçar.
Intimidados com tanta libertinagem?
Sei que no fundo é apenas falta de coragem.
E desfilamos nossa sensualidade só de sacagem!
Fumaça e problemas ao vento
Corpos quente expostos ao frio do relento
Cuspindo fogo em vocês e queimando por dentro.
Garrafas que prenderam nossas sanidades e nos embebedaram de alarvidades
Com seu vazio gradativo tão convidativo.
Vejo o mundo de outra perspectiva,
Turvo, colorido - um escancarado sorriso!
Olhos me enganam,
Óculos se perderam
E todas as razões se dissolveram.
Meus ouvidos não falham.
Pernas desconhecidas estão a chegar,
Se aproximar, maliciosas querendo nos enlaçar.
Intimidados com tanta libertinagem?
Sei que no fundo é apenas falta de coragem.
E desfilamos nossa sensualidade só de sacagem!
Fumaça e problemas ao vento
Corpos quente expostos ao frio do relento
Cuspindo fogo em vocês e queimando por dentro.
Por: Alana Cascudo e Lilla Fernandes (http://ocarcereprivado.blogspot.com/)
18 novembro, 2009
Pintar minha alegria
Pintei meus dois dedos de desleixo, que separavam minha raiz drasticamente da ilusão loira. Concretizei no exterior a minha mudança interior, já tão clara para quem não apenas julga me conhecer bem. Vou dormir sem hora pra levantar da minha rede, mas se minha rede falasse, não teria eu um segundo de paz, uma matraca descontrolada a berrar as aventuras do meu quarto escuro, que bom que sua mudez é concretamente materializada. Estou livre de algumas amarras. Sinto que a felicidade veio me visitar, já há algum tempo, e cada dia mostra sua verdadeira face ao encostar-se no meu nariz. No primeiro dia apenas bateu na porta, no segundo estava na sala de jantar, no terceiro no meu quarto e agora nas minhas veias, nos meus olhos, nos meus sorrisos tão espontâneos. Sei que um dia vai embora, sem avisos prévios, não mandara nem sequer telegramas por um bom tempo. Pode me chamar de boba, mas não me importo, até gosto. Gosto dessas oscilações, dessa certeza do sofrimento, das lágrimas, para só depois vim o estágio de alegria eufórica. Espero que você não queira me prender em discursos bestas, não agora, sou bem mais má do que aparento, quando quero. Prendo-me apenas nas minhas palavras escritas, não ditas. Sou mais sincera quando finjo meu bem. Não é maldade, é sinceridade fingida.
12 novembro, 2009
Famintos...

Para vocês, meu carinho e afeição.
Rótulos, não há brecha para sua indigna presença,
Temos pouco espaço e muitos corpos.
Pluralidade.
Suas carcaças nem imaginam,
O bem que me causam suas presenças,
E a dor da saudade nas suas ausências.
Minha droga, minha cocaína,
Meu vicio cheio de efeitos colaterais,
E nenhum dano maléfico.
Essa é minha decisão, prisão
Mas com a chave na mão.
10 novembro, 2009
Companhia aos meus óculos
Troquei os móveis de lugar,
Mudei os hábitos,
Substitui os vícios,
Encontrei você.
Perdi-me nos teus óculos.
Aposentei meu cigarro
Ao condená-lo a companhia fiel do falhar do meu isqueiro.
Refaço você.
Abstinência utópica desfalece nos teus braços.
Medos e receios, nas minhas caixas estão
Longe do meu alcance, os perdi.
Mas quem os levou para dentro dos teus olhos?
Mudei os hábitos,
Substitui os vícios,
Encontrei você.
Perdi-me nos teus óculos.
Aposentei meu cigarro
Ao condená-lo a companhia fiel do falhar do meu isqueiro.
Refaço você.
Abstinência utópica desfalece nos teus braços.
Medos e receios, nas minhas caixas estão
Longe do meu alcance, os perdi.
Mas quem os levou para dentro dos teus olhos?
01 novembro, 2009
Sobre não promessas

Não te disse belas frases,
Não escutei ilusões.
Só agradáveis verdades,
Como tudo que saia da tua boca.
Que belo moço, que vento frio.
Desenfreados beijos, mordidas repentinas.
Repentino era o vento que invadiu meus cabelos,
Mas que doce voz a tua ao identificar minhas marcas.
Amparo no desenfreado desabar dos tijolos.
Complexado ser da arte de fingir sempre serei eu.
Tuas minhas histórias,
Minhas tuas cicatrizes,
Sem fim será nossos olhares tão falantes.
Queria rasgar tudo isto aqui,
Pois não mereço ser lida por ti.
Não fumarei perto dos teus pulmões, meu querido,
Posso despertar minha vontade destrutiva.
Já estou a queimar tudo, mas que mania.
Isqueiro rosa entre os dedos,
Sinto fogo,
Pedaços de papéis querem falar em mim.
Não escutei ilusões.
Só agradáveis verdades,
Como tudo que saia da tua boca.
Que belo moço, que vento frio.
Desenfreados beijos, mordidas repentinas.
Repentino era o vento que invadiu meus cabelos,
Mas que doce voz a tua ao identificar minhas marcas.
Amparo no desenfreado desabar dos tijolos.
Complexado ser da arte de fingir sempre serei eu.
Tuas minhas histórias,
Minhas tuas cicatrizes,
Sem fim será nossos olhares tão falantes.
Queria rasgar tudo isto aqui,
Pois não mereço ser lida por ti.
Não fumarei perto dos teus pulmões, meu querido,
Posso despertar minha vontade destrutiva.
Já estou a queimar tudo, mas que mania.
Isqueiro rosa entre os dedos,
Sinto fogo,
Pedaços de papéis querem falar em mim.
31 outubro, 2009
Em pressão... (Parte 3)
(...)
Falei sem pausas, sem brechas, não consigo nem lembrar se deu tempo para respirar nas vírgulas inexistentes do meu texto oral ensaiado por três noites e três dias na frente do espelho do banheiro. “Onde acha que isso vai te levar? E a criança? A criança que você na maioria dos teus dias nem se lembra da existência, a criança que já tem um coração a bater dentro de ti. O que será dessa criança? O que será desse coração? O mesmo que fez com o meu? Que poderia ter morrido sozinho sem tua ajuda há três dias? Sai logo dessa vida, ou sai logo daqui!”. Esperava ansiosamente alguma alteração, algum grito ou xingamento como resposta, porém não deu tempo, desmaiou antes de falar o que quer que fosse, nem ao menos uma mensagem subliminar corporal foi dada.
Naquele milésimo de segundo ao vê-la cair no chão da sala pensei que fosse desmaiar no milésimo seguinte. Porém meu senso prático falou mais alto que a minha boba emoção desencadeada pela neurose de uma desconhecida que levei para minha casa sem saber ao menos nenhum dos seus antecedentes. Queda de pressão havia sido a culpada, contraditória à minha pressão alta, chegava a ser cômico, dois extremos juntos no mesmo metro quadrado.
Dependente como um alcoólatra, estava prestes a morrer por excesso de Maria das Lurdes. Tentava criar uma aversão à sua figura, quanto mais insistentes fossem minhas frustradas tentativas, mais próxima dela ficava. Pensei em criar um grupo de ajuda, como os alcoólicos anônimos, grupo de apoio aos obcecados por desconhecidos (nome adepto a mudanças, não soa bem, lembrar de pensar em algo). Lá, pessoas como eu, iriam encontrar ajuda, se identificar com os casos alheios e passar o seu tempo com outro passa tempo.
20 de junho, a famosa Mercedes voltou tomá-la de mim cada vez mais comumente. Sua cor, suas rodas, seu retrovisor e sua placa haviam mudado, porém a certeza de que era o mesmo carro para mim era absoluta. Apesar da sua presença física cada vez mais escassa, nunca mais havia sentido sua real companhia, apenas sua falta, o relógio cronometrava os dias que faltavam para o seu físico acompanhar a sua alma. Quando o sol vinha me avisar do outro dia pensava nas palavras certas para lhe dizer, dizer para não ir, para não levar em consideração as minhas críticas, arrogâncias, que tudo aquilo era causado pelo carinho materno que surgiu desprevenido por ela e pelo bebê. Cada noite me gritava na janela minha covardia, e naquela noite filmaria Lurdes entrar naquela Mercedes com o seu Glamour decadente habitual, seu cigarro já no fim sendo pisado pelos seus finos saltos. Deixei de ser fumante passiva naquele dia 30 de junho.
Havia me deixado um par de brincos e um doce bilhete: “Para você os brincos de pérola, herança da minha mãe, e a melhor parte de mim, parte que você fez ressurgir por algum tempo. Estou de viagem, nada de lágrimas, não mereço a vida de ninguém, nem sequer a minha, viajo e não volto nunca mais para esta terra, partirei de vez hoje de madrugada, partirei sem esperança de volta. Obrigada e me perdoe.”
Seu destino é a minha imaginação. Seu destino são meus dedos enrugados a digitar atentamente tudo que queria que acontecesse. O dono da Mercedes era o seu resquício de amor que veio lhe salvar? Ou seria ele um traficante de armas invisível? Estaria ela agora brincando com seu lindo menino num parque estadual qualquer? Ou estaria a sete palmos do chão? Está apenas cravada na minha carcaça e na minha alma, apenas isso posso lhes confirmar.
Falei sem pausas, sem brechas, não consigo nem lembrar se deu tempo para respirar nas vírgulas inexistentes do meu texto oral ensaiado por três noites e três dias na frente do espelho do banheiro. “Onde acha que isso vai te levar? E a criança? A criança que você na maioria dos teus dias nem se lembra da existência, a criança que já tem um coração a bater dentro de ti. O que será dessa criança? O que será desse coração? O mesmo que fez com o meu? Que poderia ter morrido sozinho sem tua ajuda há três dias? Sai logo dessa vida, ou sai logo daqui!”. Esperava ansiosamente alguma alteração, algum grito ou xingamento como resposta, porém não deu tempo, desmaiou antes de falar o que quer que fosse, nem ao menos uma mensagem subliminar corporal foi dada.
Naquele milésimo de segundo ao vê-la cair no chão da sala pensei que fosse desmaiar no milésimo seguinte. Porém meu senso prático falou mais alto que a minha boba emoção desencadeada pela neurose de uma desconhecida que levei para minha casa sem saber ao menos nenhum dos seus antecedentes. Queda de pressão havia sido a culpada, contraditória à minha pressão alta, chegava a ser cômico, dois extremos juntos no mesmo metro quadrado.
Dependente como um alcoólatra, estava prestes a morrer por excesso de Maria das Lurdes. Tentava criar uma aversão à sua figura, quanto mais insistentes fossem minhas frustradas tentativas, mais próxima dela ficava. Pensei em criar um grupo de ajuda, como os alcoólicos anônimos, grupo de apoio aos obcecados por desconhecidos (nome adepto a mudanças, não soa bem, lembrar de pensar em algo). Lá, pessoas como eu, iriam encontrar ajuda, se identificar com os casos alheios e passar o seu tempo com outro passa tempo.
20 de junho, a famosa Mercedes voltou tomá-la de mim cada vez mais comumente. Sua cor, suas rodas, seu retrovisor e sua placa haviam mudado, porém a certeza de que era o mesmo carro para mim era absoluta. Apesar da sua presença física cada vez mais escassa, nunca mais havia sentido sua real companhia, apenas sua falta, o relógio cronometrava os dias que faltavam para o seu físico acompanhar a sua alma. Quando o sol vinha me avisar do outro dia pensava nas palavras certas para lhe dizer, dizer para não ir, para não levar em consideração as minhas críticas, arrogâncias, que tudo aquilo era causado pelo carinho materno que surgiu desprevenido por ela e pelo bebê. Cada noite me gritava na janela minha covardia, e naquela noite filmaria Lurdes entrar naquela Mercedes com o seu Glamour decadente habitual, seu cigarro já no fim sendo pisado pelos seus finos saltos. Deixei de ser fumante passiva naquele dia 30 de junho.
Havia me deixado um par de brincos e um doce bilhete: “Para você os brincos de pérola, herança da minha mãe, e a melhor parte de mim, parte que você fez ressurgir por algum tempo. Estou de viagem, nada de lágrimas, não mereço a vida de ninguém, nem sequer a minha, viajo e não volto nunca mais para esta terra, partirei de vez hoje de madrugada, partirei sem esperança de volta. Obrigada e me perdoe.”
Seu destino é a minha imaginação. Seu destino são meus dedos enrugados a digitar atentamente tudo que queria que acontecesse. O dono da Mercedes era o seu resquício de amor que veio lhe salvar? Ou seria ele um traficante de armas invisível? Estaria ela agora brincando com seu lindo menino num parque estadual qualquer? Ou estaria a sete palmos do chão? Está apenas cravada na minha carcaça e na minha alma, apenas isso posso lhes confirmar.
28 outubro, 2009
Em pressão... (Parte 2)
(...)
Minha solidão mascarada pela obsessão de observar personagens pitorescos à minha volta, finalmente me deu adeus nas conversas intermináveis de um tempo que lembro tão detalhadamente. Confessara-me a sua vontade suicida, o desejo incessante de chegar ao fim do seu precipício, a indecisão de ter que acabar com uma vida que nem começou para isto, covardia. Enquanto o dia não chegava, era apática, nenhuma explosão de emoções transpirava pela sua pele repleta de cicatrizes. O sol trazia com ele sua forte depressão, seus traumas e sua mania de permanecer no escuro, de preferência sem o som de passos ao seu redor.
Apenas a presença humana me tranquilizava de tal maneira que não consigo expressar, seria como um vento frio doce batendo no meu rosto enrugado. Maria das Lurdes seria um furacão, multipolar, que aterrissou na minha vida. Não tive filhas, muito menos netas, tinha sobre ela uma noção de proteção cuidadosa, aconselhava ter o seu filho nem que fosse para dar para adoção. Acalmava-a nos momentos difíceis dizendo que poderia ficar comigo o tempo que fosse preciso, sempre recebia em troca palavras doces de agradecimento juntamente com “você não sabe o bem que está fazendo para minha vida”, gostaria de ter dito em algum momento, “recíproco”.
Dia 23 de maio. Após minhas incansáveis insistências, quase súplicas, consegui levar Maria das Lurdes ao médico, apesar das péssimas condições do hospital público, das filas homéricas e da espera exaustiva, conseguimos ser atendidas. Quatro meses de gestação, feto mal desenvolvido, acúmulo de fatores negativos, vícios, cigarro, álcool, má alimentação, tentativas autodestrutivas. Nada parecia lhe abalar, nem incomodar, sorriso sarcástico notavelmente destinado ao médico com ar de quem sabe onde ele anda nas madrugadas frias que alega estar de plantão. Formação dos primeiros cabelos do feto, que deixou de ser feto, para se tornar um feto macho, poderia agora se chamar Mauricio, Otavio ou Fabiano.
Passei meus dias a imaginar o rosto do dono daquele espermatozoide. Um gordo homossexual tentando criar para a sua família o protótipo desejado, porém bastante inteligente e com bons genes para cabelo escuro e liso. Tentativas. Um estrangeiro repugnante que havia vindo fazer turismo sexual praiano, prestes a ter uma insolação pela quantidade de raios ultravioletas recebidos na sua pele quase albina, ainda mais sem protetor solar algum. Ou seria o dono daquela Mercedes quatro portas, última geração que devo até ter mencionado. Inúteis.
Preocupações tomavam conta do meu ser por completo. O estrondo na porta, o barulho causado pela batida severa vinha como relâmpago me avisar da sua ausência por no máximo dois dias. Ao voltar trazia dinheiro para ajudar nas despesas da casa, algumas cicatrizes novas e esporadicamente demonstrava estar enojada por alguma leve atitude.
Dia 17 de junho, minha velha amiga pressão alta veio me visitar junto com uma dor aguda e forte mal estar, meu falso antídoto foi deglutido de uma vez só com um pouco de água. O meu grito à sua procura fez eco, a resposta era minha própria voz seca em busca da sua voz doce. Sentia algo que nunca havia sentido antes, uma angústia, um desespero, uma preocupação palpitante por três dias curada pela sua chegada intensamente fora de si. Gritei, berrei, questionei coisas que sabia que ela mesma não conseguiria responder. Não conseguia viver nesse gráfico ofuscante de baixos e altos tão pontiagudos, precisava de um pouco de constante, até de uma parábola, poderia ser.
(...)
Minha solidão mascarada pela obsessão de observar personagens pitorescos à minha volta, finalmente me deu adeus nas conversas intermináveis de um tempo que lembro tão detalhadamente. Confessara-me a sua vontade suicida, o desejo incessante de chegar ao fim do seu precipício, a indecisão de ter que acabar com uma vida que nem começou para isto, covardia. Enquanto o dia não chegava, era apática, nenhuma explosão de emoções transpirava pela sua pele repleta de cicatrizes. O sol trazia com ele sua forte depressão, seus traumas e sua mania de permanecer no escuro, de preferência sem o som de passos ao seu redor.
Apenas a presença humana me tranquilizava de tal maneira que não consigo expressar, seria como um vento frio doce batendo no meu rosto enrugado. Maria das Lurdes seria um furacão, multipolar, que aterrissou na minha vida. Não tive filhas, muito menos netas, tinha sobre ela uma noção de proteção cuidadosa, aconselhava ter o seu filho nem que fosse para dar para adoção. Acalmava-a nos momentos difíceis dizendo que poderia ficar comigo o tempo que fosse preciso, sempre recebia em troca palavras doces de agradecimento juntamente com “você não sabe o bem que está fazendo para minha vida”, gostaria de ter dito em algum momento, “recíproco”.
Dia 23 de maio. Após minhas incansáveis insistências, quase súplicas, consegui levar Maria das Lurdes ao médico, apesar das péssimas condições do hospital público, das filas homéricas e da espera exaustiva, conseguimos ser atendidas. Quatro meses de gestação, feto mal desenvolvido, acúmulo de fatores negativos, vícios, cigarro, álcool, má alimentação, tentativas autodestrutivas. Nada parecia lhe abalar, nem incomodar, sorriso sarcástico notavelmente destinado ao médico com ar de quem sabe onde ele anda nas madrugadas frias que alega estar de plantão. Formação dos primeiros cabelos do feto, que deixou de ser feto, para se tornar um feto macho, poderia agora se chamar Mauricio, Otavio ou Fabiano.
Passei meus dias a imaginar o rosto do dono daquele espermatozoide. Um gordo homossexual tentando criar para a sua família o protótipo desejado, porém bastante inteligente e com bons genes para cabelo escuro e liso. Tentativas. Um estrangeiro repugnante que havia vindo fazer turismo sexual praiano, prestes a ter uma insolação pela quantidade de raios ultravioletas recebidos na sua pele quase albina, ainda mais sem protetor solar algum. Ou seria o dono daquela Mercedes quatro portas, última geração que devo até ter mencionado. Inúteis.
Preocupações tomavam conta do meu ser por completo. O estrondo na porta, o barulho causado pela batida severa vinha como relâmpago me avisar da sua ausência por no máximo dois dias. Ao voltar trazia dinheiro para ajudar nas despesas da casa, algumas cicatrizes novas e esporadicamente demonstrava estar enojada por alguma leve atitude.
Dia 17 de junho, minha velha amiga pressão alta veio me visitar junto com uma dor aguda e forte mal estar, meu falso antídoto foi deglutido de uma vez só com um pouco de água. O meu grito à sua procura fez eco, a resposta era minha própria voz seca em busca da sua voz doce. Sentia algo que nunca havia sentido antes, uma angústia, um desespero, uma preocupação palpitante por três dias curada pela sua chegada intensamente fora de si. Gritei, berrei, questionei coisas que sabia que ela mesma não conseguiria responder. Não conseguia viver nesse gráfico ofuscante de baixos e altos tão pontiagudos, precisava de um pouco de constante, até de uma parábola, poderia ser.
(...)
27 outubro, 2009
Em pressão... (Parte 1)
Sinto eu uma necessidade de despejar tudo num papel, vomitar a tragédia grega a qual fui espectadora, despejar o que chamo de morte vivida. Pode lhes parecer ser apenas a fértil imaginação dramática de uma senhorinha aparentemente tão amável que passou a sua vida como público da morte alheia, porém tenham a minha garantia que aqui só registrarei as observações fervescentes dos meus olhos cansados, o que o vento me sussurrou ainda há pouco e as minhas lembranças um pouco defasadas pelo aviso próximo de não estar mais entre esses tijolos e argamassas. Começarei logo com a minha preferida, alguém um dia a chamou de galega e eu gostei. Apresento-lhes, a “galega”.
Seus longos cabelos loiros tentavam esconder o lindo rosto de traços suaves e delicados, modificado artificialmente por desejo e vontade própria. Olhos perdidos, no meio da cidade que fingia dormir, fixos nos carros que davam adeus naquela esquina. Sua única e fiel companheira, uma caixa de marlboro cheia de bitucas de cigarro, pequenas doses de ilusões espalhadas pela fumaça que saía dentre seus lábios vermelhos.
Saltos finos, escolhidos especialmente para cada noite, porém desgastados por movimentos incessantes e contínuos. Movimentos que só se faziam saciados ao entrar numa Mercedes cor de fogo. Ao passar dos meses notava que isto havia virado uma constante rotineira e semanal, pontualmente no mesmo dia e horário.
Uma barriga saliente me prendia a atenção. Criei uma hipótese plausivelmente aceitável, seria apenas displicência em relação a sua alimentação, teria comido mais do que deveria e voltaria logo ao seu corpo curvilíneo que tanto despertava segundas intenções, normalmente masculinas. Hábitos novos surgiram, vômitos e fraquezas. Sua barriga adquiriu um formato diferenciado, apesar de não ter muita experiência nestes assuntos, juntei as peças do óbvio quebra-cabeça, não era apenas gordura localizada, mas estaria esperando um filho. Ela seria capaz de fazer uma boa atuação no papel de mãe? Ou trataria o ser inocente que carregava dentro de si nos mesmos moldes que tratava a própria vida?
Suas vestes vulgares e decotadas a mostrar tanta pele, diminuíam a olhos vistos. A cada noite que passava sua presença naquela esquina se fixava por um período maior de tempo.
Em 19 de abril escutei minha sentença de morte numa sala de hospital. Uma voz gasguita me informara minha data máxima de validade, após alguns meses seria um produto de supermercado estragado, sem serventia prática, sem importância, descartado, abominável, vencido. Reflexões clichês na volta de casa, sobre a hora da morte, me faziam pensar na vida e no que ela poderia ter sido. Na barreira inexistente que separava a madrugada do dia seguinte, Maria das Lurdes, estava lá no mesmo local de sempre, com malas nas mãos, sacolas, tudo que fosse capaz de guardar os seus poucos pertences. Seria naquela hora que iria trocar as primeiras palavras com alguém que já conhecia tão bem. Rosto desesperado e sem a possibilidade de recusar o meu convite, aceitou deveras agradecida e surpresa, passar então a noite mais longa na minha casa, a noite de três meses e tantas horas.
(...)
Seus longos cabelos loiros tentavam esconder o lindo rosto de traços suaves e delicados, modificado artificialmente por desejo e vontade própria. Olhos perdidos, no meio da cidade que fingia dormir, fixos nos carros que davam adeus naquela esquina. Sua única e fiel companheira, uma caixa de marlboro cheia de bitucas de cigarro, pequenas doses de ilusões espalhadas pela fumaça que saía dentre seus lábios vermelhos.
Saltos finos, escolhidos especialmente para cada noite, porém desgastados por movimentos incessantes e contínuos. Movimentos que só se faziam saciados ao entrar numa Mercedes cor de fogo. Ao passar dos meses notava que isto havia virado uma constante rotineira e semanal, pontualmente no mesmo dia e horário.
Uma barriga saliente me prendia a atenção. Criei uma hipótese plausivelmente aceitável, seria apenas displicência em relação a sua alimentação, teria comido mais do que deveria e voltaria logo ao seu corpo curvilíneo que tanto despertava segundas intenções, normalmente masculinas. Hábitos novos surgiram, vômitos e fraquezas. Sua barriga adquiriu um formato diferenciado, apesar de não ter muita experiência nestes assuntos, juntei as peças do óbvio quebra-cabeça, não era apenas gordura localizada, mas estaria esperando um filho. Ela seria capaz de fazer uma boa atuação no papel de mãe? Ou trataria o ser inocente que carregava dentro de si nos mesmos moldes que tratava a própria vida?
Suas vestes vulgares e decotadas a mostrar tanta pele, diminuíam a olhos vistos. A cada noite que passava sua presença naquela esquina se fixava por um período maior de tempo.
Em 19 de abril escutei minha sentença de morte numa sala de hospital. Uma voz gasguita me informara minha data máxima de validade, após alguns meses seria um produto de supermercado estragado, sem serventia prática, sem importância, descartado, abominável, vencido. Reflexões clichês na volta de casa, sobre a hora da morte, me faziam pensar na vida e no que ela poderia ter sido. Na barreira inexistente que separava a madrugada do dia seguinte, Maria das Lurdes, estava lá no mesmo local de sempre, com malas nas mãos, sacolas, tudo que fosse capaz de guardar os seus poucos pertences. Seria naquela hora que iria trocar as primeiras palavras com alguém que já conhecia tão bem. Rosto desesperado e sem a possibilidade de recusar o meu convite, aceitou deveras agradecida e surpresa, passar então a noite mais longa na minha casa, a noite de três meses e tantas horas.
(...)
21 outubro, 2009
Até o derramar do próximo copo
Tudo demais para mim é pouco. Não me lembro de não ser assim, exagerada, extravagante, extrovertida. Derramo vícios goela ha baixo ao som de conselhos corriqueiros habituais. Poderia me impressionar com a insistência alheia de interferir na minha vida, mas já se tornou clichê. Me tornei clichê sem perceber, escrever sobre o amor é clichê, amar é clichê. Sou tão novidade da semana passada, notícia antiga jogada fora no jornal que quebrou por dividas acumuladas. Não que procure chamar atenção, isso parece acontecer naturalmente, sem esforços, junto com a minha linguagem tão rebuscada. Sou mulher de muitos amores, muitos pequenos textos dedicados a leitores inexistentes. Não sou ainda nem sequer uma mulher, dependendo da sua análise. Estou acostumada a ser julgada por não ser homem, se fosse, teria o direito de ter um livro completo só de nomes femininos que passaram pelo meu sofá, minha rede, minha cama ou o elevador de serviço do meu prédio, ainda receberia congratulações dos meus amigos por ser assim tão másculo. Pareço uma revoltada sem causa, queria ter causas concretas, ter nascido na época de um ditador ou ser uma minoria lutando para igualdade de direitos. Não sei onde fui me meter atrás de tantos personagens, me perdi no meio de tantas vidas imaginárias, tantas histórias inventadas, tantos eu – líricos reprimidos. Sou uma metralhadora de informações, falo sem parar, mudo de assunto rapidamente, acho que não consigo me acompanhar mais como antes. Não tento que isto tudo tenha algum sentido, apenas que se aproxime da realidade, da minha realidade. Talvez tenha te amado tanto que tentei me proteger, me proteger de amar de novo e de sofrer conseqüentemente, e meu Word não se adapta a nova ortografia, nem ao fato do trema ter saído de cartaz. Preciso parar com essa mania de me jogar assim num papel, sem continuidade, sem nexo, sem resto. Derramou.
06 outubro, 2009
Um pedaço da França.

Os filmes norte-americanos ou com fortes influências de Hollywood estão em cartazes em qualquer cinema perto da sua casa e da banca de jornal do outro lado do mundo, mas quantos de nós já paramos para prestar atenção no cinema francês? Silencioso e marcante vem ganhando adeptos no Brasil pelos seus olhares diferenciados de situações inusitadas ou corriqueiras.
No ano da França no Brasil, em plena divulgação de vários aspectos da sua cultura, o público e o acesso ao cinema Francês é restrito. A maioria dos filmes entra em cartaz apenas nas maiores capitais do país, deixando as cidades pequenas à margem do fácil conhecimento dessa arte, já nas locadoras é possível encontrar um número maior de opções, apesar de ainda escassas e raras.
Para os interessados a conhecer e desvenda o cinema francês, aqui estão dicas de filmes:
- Atrizes (França, 2007).
De Valeria Bruni Tedeschi. Com Louis Garrel, Valeria Bruni Tedeschi. PB. Duração 107’.
Marcelline é uma atriz que, de repente, passa a ser atormentada pela sombra de sua personagem, o que a faz ensaiar com tremenda dificuldade. Apesar do incentivo do diretor, que diz que fará dela uma estrela, Marcelline não consegue esquecer que já é uma quarentona, solteira e sem filhos. Ao ser apresentada para Nathalie, a assistente do diretor, as duas descobrem que já se conheciam desde os tempos de teatro na escola, há mais de 20 anos, e aos poucos vão notando o quanto são parecidas.
- O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Fabuleux destin d'Amélie Poulain, Le, 2001)
Com direção de Jean-Pierre Jeunet. Tendo como protagonista a famosa atriz francesa Audrey Tautou.
Amélie é uma jovem que se muda do subúrbio, onde morava com a família, para Paris, para trabalhar como garçonete. Ela encontra uma caixinha cheia de itens pessoais escondida no banheiro de sua casa e decide entregá-la ao antigo dono, revendo pequenos conceitos que mudarão sua vida.
- Bem-me-quer... Mal-me-quer (À la folie... pas du tout, 2002)
Em Bordeaux, Angélique (Audrey Tautou), uma estudante de Belas Artes, parece ter tudo na vida: juventude, beleza e uma promissora carreira como artista plástica. Mas ela só tem olhos para o amor. É que ela desenvolveu uma paixão desmedida pelo Dr. Loïc (Samuel Le Bihan), um médico cardiologista de renome, de 35 anos, casado e prestes a ser pai.
A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama, transformando o que de início parecia ser um desencontro amoroso em uma perigosa obsessão, pois cada vez mais ela tem como certo que um dias eles irão se casar.
No ano da França no Brasil, em plena divulgação de vários aspectos da sua cultura, o público e o acesso ao cinema Francês é restrito. A maioria dos filmes entra em cartaz apenas nas maiores capitais do país, deixando as cidades pequenas à margem do fácil conhecimento dessa arte, já nas locadoras é possível encontrar um número maior de opções, apesar de ainda escassas e raras.
Para os interessados a conhecer e desvenda o cinema francês, aqui estão dicas de filmes:
- Atrizes (França, 2007).
De Valeria Bruni Tedeschi. Com Louis Garrel, Valeria Bruni Tedeschi. PB. Duração 107’.
Marcelline é uma atriz que, de repente, passa a ser atormentada pela sombra de sua personagem, o que a faz ensaiar com tremenda dificuldade. Apesar do incentivo do diretor, que diz que fará dela uma estrela, Marcelline não consegue esquecer que já é uma quarentona, solteira e sem filhos. Ao ser apresentada para Nathalie, a assistente do diretor, as duas descobrem que já se conheciam desde os tempos de teatro na escola, há mais de 20 anos, e aos poucos vão notando o quanto são parecidas.
- O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Fabuleux destin d'Amélie Poulain, Le, 2001)
Com direção de Jean-Pierre Jeunet. Tendo como protagonista a famosa atriz francesa Audrey Tautou.
Amélie é uma jovem que se muda do subúrbio, onde morava com a família, para Paris, para trabalhar como garçonete. Ela encontra uma caixinha cheia de itens pessoais escondida no banheiro de sua casa e decide entregá-la ao antigo dono, revendo pequenos conceitos que mudarão sua vida.
- Bem-me-quer... Mal-me-quer (À la folie... pas du tout, 2002)
Em Bordeaux, Angélique (Audrey Tautou), uma estudante de Belas Artes, parece ter tudo na vida: juventude, beleza e uma promissora carreira como artista plástica. Mas ela só tem olhos para o amor. É que ela desenvolveu uma paixão desmedida pelo Dr. Loïc (Samuel Le Bihan), um médico cardiologista de renome, de 35 anos, casado e prestes a ser pai.
A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama, transformando o que de início parecia ser um desencontro amoroso em uma perigosa obsessão, pois cada vez mais ela tem como certo que um dias eles irão se casar.
Pronominais
"Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro"
Oswald de Andrade.
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro"
Oswald de Andrade.
15 setembro, 2009
Romance

Com a direção de Guel Arraes, que já dirigiu outros filmes como “O auto da compadecida”. Faz com que “romance” não arranque apenas risadas do público como um verdadeiro encantamento pela sua visão do mundo artístico e lírica do amor entre os personagens.
Grandes atores ainda consagram ainda mais o filme, como Wagner Moura, ator versátil que já fez o longa “tropa de elite” à uma mulher no seriado “sexo frágil” da TV globo, mostra mais uma das suas fases de cameleão.
Romance é sem dúvida um dos melhores filmes nacionais, confira já.
11 setembro, 2009
Vontade suicida do Jack


Fotos por: Andrey Lourenço (L)
Modelos: Alana Cascudo e Lilla Fernandes.
09 setembro, 2009
Lavagem de dinheiro (Parte 2)
21/10: a reportagem que ocupava grande parte dos jornais de toda cidade chocava todos os cidadãos, com uma pergunta que intrigava a maioria: ‘qual teria sido a razão daquele bilionário que tinha tanto dinheiro ter se suicidado daquela forma?’ Havia sido encontrado morto na madrugada do dia 20 para o dia 21 num apartamento localizado num típico bairro pobre, a qual o pertencia o prédio inteiro que sempre alugou a altos custos pagos por pobres miseráveis sem opções de algo digno de ser chamado de lar, apenas moradia. Teria ingerido uma caixa inteira de remédios, que para sua infelicidade não teriam feito efeito rápido como esperava, destinado a seguir com a sua decisão pegou uma faca escondida na última gaveta amarela ovo e enfiou no órgão que ousava pulsar involuntariamente há anos, mesmo com os seus apelos e suplícios de acabar com a sua morte rotineira.
Philipe acordou às 5 horas naquele dia. Como de costume, pegou um metrô e dois ônibus até a sua longa e exaustiva carga de trabalho, onde carregava peso, concertava máquinas, fazia de tudo um pouco naquela fábrica. Estava tudo muito normal naquela quinta-feira, até aquele momento, em que o seu companheiro de trabalho e grande amigo chegou para lhe mostrar o jornal do dia, estranhando a sua semelhança com o bilionário que havia falecido na madrugada.
No mesmo instante passou na cabeça de Philipe como fosse um filme antigo, imagens um pouco embaçadas, que estavam adormecidas há tempos no seu subconsciente e resolveram lembrá-lo da sua existência exatamente naquele segundo : só podia ser o seu pai. Estava com algumas rugas a mais na foto, mas ele não podia estar enganado: só poderia ser ele. Leu detalhadamente a matéria, e agora sim tinha certeza era o seu pai, decidiu na mesma hora que tinha que ir ao enterro.
Tinha poucas lembranças do seu pai, mas pai é pai. Depois de ter levado uma pancada na cabeça há anos atrás, acordou apenas com o seu nome num pedaço de papel e um possível pedido de resgate, que nem foi feito, pois os seqüestrados tinham morrido num tiroteio horas após a sua chegada no cativeiro, teve então que se virar sozinho com lembranças vagas do passado que nunca sabia quando ultrapassava a tênue linha da doce imaginação infantil. Lembrava de algumas cenas de um senhor amável e delicado. Já tinha ido à procura da sua mãe, a qual lembrava claramente, e descoberto que a sua busca era sem razão, desiludindo desde daquele dia sobre sua família. Ela já estava de mudança, a procura de outro milionário para depenar. Seu pai não podia ter sido pior que sua mãe, não tinha como ser pior do que aquela mulher desprezível.
Foi ao enterro, e olhando ali o rosto do seu pai, ficou criando 1000 hipóteses do que teria acontecido para levá-lo a chegar ao fim, mas nenhuma chegava perto da verdadeira. Acompanhou a história toda de longe, apenas como espectador de parte da sua vida, apesar de ter aparecido tantos filhos postiços, tantas amantes que nunca teriam existido, o seu testamento era claro, e não deixava brechas: ‘o meu dinheiro vai finalmente ser usado para ajudar alguém, o próprio dinheiro que causou tantas lágrimas, agora vai causar sorrisos, que essa contradição seja feita, mesmo que agora não possa ver a vida de outros tantos mudarem com esse dinheiro, mas sei, sei que finalmente fiz algo certo, algo para tentar recompensar os outros por tantos atos egoístas da minha vida’.
Philipe acordou às 5 horas naquele dia. Como de costume, pegou um metrô e dois ônibus até a sua longa e exaustiva carga de trabalho, onde carregava peso, concertava máquinas, fazia de tudo um pouco naquela fábrica. Estava tudo muito normal naquela quinta-feira, até aquele momento, em que o seu companheiro de trabalho e grande amigo chegou para lhe mostrar o jornal do dia, estranhando a sua semelhança com o bilionário que havia falecido na madrugada.
No mesmo instante passou na cabeça de Philipe como fosse um filme antigo, imagens um pouco embaçadas, que estavam adormecidas há tempos no seu subconsciente e resolveram lembrá-lo da sua existência exatamente naquele segundo : só podia ser o seu pai. Estava com algumas rugas a mais na foto, mas ele não podia estar enganado: só poderia ser ele. Leu detalhadamente a matéria, e agora sim tinha certeza era o seu pai, decidiu na mesma hora que tinha que ir ao enterro.
Tinha poucas lembranças do seu pai, mas pai é pai. Depois de ter levado uma pancada na cabeça há anos atrás, acordou apenas com o seu nome num pedaço de papel e um possível pedido de resgate, que nem foi feito, pois os seqüestrados tinham morrido num tiroteio horas após a sua chegada no cativeiro, teve então que se virar sozinho com lembranças vagas do passado que nunca sabia quando ultrapassava a tênue linha da doce imaginação infantil. Lembrava de algumas cenas de um senhor amável e delicado. Já tinha ido à procura da sua mãe, a qual lembrava claramente, e descoberto que a sua busca era sem razão, desiludindo desde daquele dia sobre sua família. Ela já estava de mudança, a procura de outro milionário para depenar. Seu pai não podia ter sido pior que sua mãe, não tinha como ser pior do que aquela mulher desprezível.
Foi ao enterro, e olhando ali o rosto do seu pai, ficou criando 1000 hipóteses do que teria acontecido para levá-lo a chegar ao fim, mas nenhuma chegava perto da verdadeira. Acompanhou a história toda de longe, apenas como espectador de parte da sua vida, apesar de ter aparecido tantos filhos postiços, tantas amantes que nunca teriam existido, o seu testamento era claro, e não deixava brechas: ‘o meu dinheiro vai finalmente ser usado para ajudar alguém, o próprio dinheiro que causou tantas lágrimas, agora vai causar sorrisos, que essa contradição seja feita, mesmo que agora não possa ver a vida de outros tantos mudarem com esse dinheiro, mas sei, sei que finalmente fiz algo certo, algo para tentar recompensar os outros por tantos atos egoístas da minha vida’.
08 setembro, 2009
Lavagem de dinheiro (Parte 1)
20/10: observava já há algum tempo aquela imagem refletida no espelho, com certo espanto, como o tempo poderia ter passado tão rápido? Aquele seria mesmo o seu reflexo? Não, não! Aquilo só poderia ser ilusão, ou o espelho estava lhe pregando uma bela de uma peça?
Estava sozinho na sua mansão de proporções gigantescas, feita de vidro, tão frágil como a sua vida. Não restou ninguém mais ali para lhe proteger. Apenas uma simples pedra transformaria tudo em milhões de pequeninos cacos de vidro. Foi dormir era a solução mais simples capaz de proporcioná-lo o encontro de uma vida paralela de sonhos, que não o pertencia, afinal desperdiçou os seus anos com sua arrogância, que gerava tantas futilidades. Tinha jogado o seu caráter, junto com seus princípios e seu coração na lata do lixo aos 17 anos, quando entrou numa gangue.
Não poderia usar como desculpa que seus pais eram miseráveis, ou culpar a insolente fome que corroe a alma de tantos, que as oportunidades nunca haviam surgido, pois apesar de sua família nunca ter sido rica, tinham lutado para te dar o melhor, mas ele sempre desejou mais, sua ambição o fez entrar na marginalidade tão cedo.
Tinha dito um filho, Philipe, com uma bela mau caráter, golpista, de embalagem simétrica encantadora, esse teria sido seqüestrado aos 6 anos, por um dos seus inimigos de gangues rivais. A sua capacidade de amar qualquer ser teria sido levado junto com sumiço do pequeno menino.
Acordou com uma idéia que já o atormentava a cabeça há algumas luas cheias. Passou pela sala onde uma bela televisão de plasma última geração filmava os seus passos para serem transmitidos no horário nobre para o entretenimento de empregadas entre lavar a roupa e a louça. Nas paredes, belos quadros de artistas famosos e pedaços de culturas de várias partes do mundo, porém de que tudo aquilo valia? Objetos não têm pensamentos próprios, não são a companhia humana e real que ele queria. Teriam sido comprados com o dinheiro mais miserável de todos, aquele dinheiro que além de ter derrubado árvores, matou pessoas, seres humanos, que esses sim tinham sentimentos, não são objetos, como o seu belo lustre que iluminava a sua mansão nas noites escuras.
Foi até o escritório, pegou um papel e uma caneta, escreveu então o seu testamento. Saiu de casa com pressa, não agüentava mais, precisava acabar com isto logo, precisava executar essa idéia que o atormentava, não tinha mesmo ninguém para lhe impedir.
(...)
02 setembro, 2009
feliz pertubação.
Vivo perturbada,
Como qualquer coração apaixonado.
Penso em te contar que sou sua,
Um segundo depois dispenso tudo que pensei antes.
Apostei todas as minhas fixas numa roleta viciada.
Mesmo sabendo do triste fim,
O que me importa
É a espera do prêmio ao teu lado,
É esperar que a espera não acabe.
Como qualquer coração apaixonado.
Penso em te contar que sou sua,
Um segundo depois dispenso tudo que pensei antes.
Apostei todas as minhas fixas numa roleta viciada.
Mesmo sabendo do triste fim,
O que me importa
É a espera do prêmio ao teu lado,
É esperar que a espera não acabe.
14 agosto, 2009
Mudanças e esperanças.
Seria difícil dizer que não sinto mais nada por você. Presenciei os seus cabelos mudarem, as suas roupas, os seus gostos. Você dizia que de menininha me transformei numa quase mulher com algo que te encantava de tal forma que já ti fez perder a razão e ignorar por um tempo os seus antigos princípios, eu era o seu veneno e você o meu suave e doce antídoto. Mas o quase não ti satisfez, as barreiras foram maiores do que teu amor por mim. Agora você vai mudar o seu endereço, a sua chave do carro, e a sua companhia.
Ouvi em algum lugar, ou li por aí que você nunca esquece o seu primeiro amor, e hoje posso dizer que é verdade. Sei que sou muito nova e que tenho uma vida inteira pela frente. Espero o meu novo amor chegar no inverno de algum lugar, que ele me chame para dançar e me diga bem baixinho que sou seu antídoto.
Se por acaso te encontrar por aí, queria apenas ti lembrar que você já me fez sorri.
Ouvi em algum lugar, ou li por aí que você nunca esquece o seu primeiro amor, e hoje posso dizer que é verdade. Sei que sou muito nova e que tenho uma vida inteira pela frente. Espero o meu novo amor chegar no inverno de algum lugar, que ele me chame para dançar e me diga bem baixinho que sou seu antídoto.
Se por acaso te encontrar por aí, queria apenas ti lembrar que você já me fez sorri.
13 agosto, 2009
Vinho do amor (...)
(...) Procurei por aquela garotinha que costumava freqüentar a minha casa, para minha surpresa vi uma linda mulher com aquele vestido azul que posteriormente iria conhecer tão bem, minha garotinha tinha crescido e estava com uma taça de vinho na mão, que posteriormente ia virar nossa taça de vinho. (...)
17 julho, 2009
Bipolar

A confusão em meio à multidão
Meu pedido e o seu não
O amor que havia de nascer
Em teu sorriso me achei sem querer
Os momentos que passamos
A bipolaridade vai pairando
Teu calor me ajudando
Seus cabelos loiro, um encanto
Minha forma bruta de ser
Uma maneira incorreta de te disser
Que em meu coração você está
E que pra sempre vou te amar
por meu pequeno amigo, grande fotografo Andrey Lourenço (L)
10 julho, 2009
só
Não sei se ainda sei me expressar. Meus relacionamentos nunca duram, talvez porque eu não os faça durar. Guardei o anel que você me deu a messes atrás e junto dele o meu amor por ti, antes que ele se esfarelasse, se tornando um pó levado pelo vento para outros casais que precisassem mais do que nós. Admito, a decisão foi minha, melhor do que ti culpar por não viver como quero. Pode parecer estranho de ser dito logo por mim, mas eu nasci para ser só. Sei que pareço normalmente ser uma pessoa com uma quantidade razoável de amigos, podemos até dizer que sei ser sociável quando quero. Eu nasci para ser só, nasci para fazer tudo que quero fazer, para muitos pensarem como consigo fazer tudo, mal sabem eles do que abro mão para ser assim e não me arrepender posteriormente. Só vou conseguir ter um relacionamento duradoiro quando achar outra pessoa com o mesmo triste, glorioso destino que o meu. Uma pessoa sozinha como eu, para dividir sua solidão.
15 junho, 2009
O Amor, em algumas concepções inocentes.
"O amor foi quando ela deu seu último sussurro: 'te espero no céu'. Ela está lá me esperando, e lá vamos ser felizes por toda eternidade." - Rogger, 8 anos, para Yahala, 7 anos. (Leucemia)
"Amor é quando você fala para um garoto que a camisa que ele está vestindo é linda e aí ele a veste todo dia." - Noelle, 7 anos.
"O amor foi quando descobri que ela necessitava um coração, eu disse: 'te dou o meu, pois é por você que ele pulsa'." - Richard, 6 anos, para Vanessa, 5 anos (Instituto do Coração).
"Foi quando ela se escondeu, porque estava sem cabelo, e eu disse que não a amo somente fisicamente e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma." - Gabriel, 9 anos, para Giovanna, 7 anos. (Instituto do Câncer)
"Quando minha única lágrima escorreu pelo meu rosto, e caiu sobre o seu, eu prometi que seria eterno, e vamos continuar o nosso amor no céu, aonde o amor não acaba." - Jonathan, 6 anos, para Renata, 7 anos. (Leucemia)
"Amor é quando você fala para um garoto que a camisa que ele está vestindo é linda e aí ele a veste todo dia." - Noelle, 7 anos.
"O amor foi quando descobri que ela necessitava um coração, eu disse: 'te dou o meu, pois é por você que ele pulsa'." - Richard, 6 anos, para Vanessa, 5 anos (Instituto do Coração).
"Foi quando ela se escondeu, porque estava sem cabelo, e eu disse que não a amo somente fisicamente e sim espiritualmente, pois não amamos um corpo e sim uma alma." - Gabriel, 9 anos, para Giovanna, 7 anos. (Instituto do Câncer)
"Quando minha única lágrima escorreu pelo meu rosto, e caiu sobre o seu, eu prometi que seria eterno, e vamos continuar o nosso amor no céu, aonde o amor não acaba." - Jonathan, 6 anos, para Renata, 7 anos. (Leucemia)
17 maio, 2009
14 maio, 2009
Preciso/ Não preciso
Não preciso lembrar dos meus sonhos para ter a certeza que você faz parte deles. Não preciso lembrar dos meus sonhos se tenho você aqui comigo para viver as mais insanas loucuras. Não preciso dos meus óculos, apesar de toda a minha dificuldade de enxerga, se você está aqui ao alcance da ponta dos meus dedos. Preciso apenas está com você olhando todas as luas presentes em todos os nossos céus, de preferência escutando a sua voz que já identifico mesmo nas nossas loucas viagens pelo universo reclamando que não te ligo ou afirmando minha hiperatividade realmente inexistente. Preciso de oxigênio e me alimentar bem. Preciso do sol ou da chuva, contanto que seja visto da janela do seu quarto. Não preciso ser perfeita, nem muito mesmo tentar ser outra pessoa. Preciso controlar minhas manias insuportáveis. Preciso parar de tomar tanta coca cola. Não preciso de tantos amigos, nem tantas pessoas ao meu redor. Preciso de ensaio e com certeza falar mais pausadamente. Mas além de tudo, preciso de você, agora e por um bom tempo que não sei exato o quanto.
18 abril, 2009
I walk the line
Numa noite como tantas outras, ao som do álcool, regada de rock’n’roll , impregnada ao cheiro repulsivo do seu cigarro foi que não sei exatamente o porque a primeira frase foi escrita. Eu às vezes tão impulsiva, só pensei no amanhã quando ele se tornou hoje. E hoje eu sei que realmente valeu à pena ter sido tão impulsiva.
05 abril, 2009
31 março, 2009
Ponto.
Desde daquele dia que você me comunicou que tudo haveria de mudar, não escrevi mais uma linha. Ficava imaginando, esperando o dia que você entraria naquele avião para nunca mais voltar. Ficava pensando como iria conseguir viver sem sua voz me mostrando um mundo que não conhecia, num desses momentos me lembrei que você nunca foi exatamente meu. Mas para que todo esse drama? Suas manias continuaram comigo, o que mudou é que não vou mais esperar o teu carro passar para me pegar em casa. Não teria mesmo graça se minha paixão platônica de sete anos terminasse em casamento, não sairia sem destino e previsões futuras em noites de finais de semana. Você me falou tudo na hora certa, me falou a tempo de eu sair sem previsões futuras no final de semana, me falou a tempo de me empurrar indiretamente nos braços de outro, me falou a tempo de por um ponto final e de talvez eu começar um novo livro sobre um tema incerto e inesperado.
30 março, 2009
Prisão Própria
Ela se vê sozinha. Sentada na escrivaninha de seu quarto, estudando para a prova que teria no dia seguinte. Ou nem teria prova no dia seguinte, mas ainda assim ela está estudando. Há algum tempo que não sai de casa.
Claro, vai ao colégio todos os dias, vai para cursos uma vez por semana. Entra em contato com pessoas todos os dias, e não por pouco tempo, mas ainda assim se acha sozinha. Tem amigos, até bem verdadeiros, mas ainda assim se acha sozinha. O pior tipo de solidão, quando se está rodeado de pessoas, mas ainda assim se sente sozinho.
Daria tudo por um sorriso sincero, um ombro amigo, talvez até um ouvido amigo, para que possa lhe escutar enquanto diz algum fato banal do cotidiano, e rir. Talvez até aqueles ouvidos estejam ali, mas, não sei, alguma coisa não lhe deixa à vontade.
Procura desesperadamente uma forma de fugir dessa solidão, mas não consegue. Parece estar presa, numa cadeia. Uma cadeia chamada solidão.
Claro, vai ao colégio todos os dias, vai para cursos uma vez por semana. Entra em contato com pessoas todos os dias, e não por pouco tempo, mas ainda assim se acha sozinha. Tem amigos, até bem verdadeiros, mas ainda assim se acha sozinha. O pior tipo de solidão, quando se está rodeado de pessoas, mas ainda assim se sente sozinho.
Daria tudo por um sorriso sincero, um ombro amigo, talvez até um ouvido amigo, para que possa lhe escutar enquanto diz algum fato banal do cotidiano, e rir. Talvez até aqueles ouvidos estejam ali, mas, não sei, alguma coisa não lhe deixa à vontade.
Procura desesperadamente uma forma de fugir dessa solidão, mas não consegue. Parece estar presa, numa cadeia. Uma cadeia chamada solidão.
14 março, 2009
Engraçado
Boate, noite de sábado. Um homem recostado no bar, tomando uma cerveja. Uma mulher chega e pede uma cerveja, recostando-se também.
-Engraçado, não é?
Ela o olha sem entender.
-O que é engraçado?
-O acaso. O destino. Engraçado, muito engraçado.
-Não entendo o que quer dizer...
-Eu quero dizer o seguinte, deve haver um motivo para nós dois estarmos aqui esta noite. Simplesmente deve haver!
-Por que TEM de haver?
-Porque é o destino! Veja bem, nós dois escolhemos a mesma boate, na mesma noite, e estamos aqui ao mesmo tempo no mesmo bar e tomando a mesma bebida! Muito, muito engraçado...
A mulher olhou para a cerveja em sua mão, e para o homem novamente.
-Eu, hein... É cada um que me aparece.
Ela se retirou e, pouco depois, outra mulher encostou-se ao lado do homem e pediu uma cerveja.
-Engraçado, não é?
-O que é engraçado?
FIM.
-Engraçado, não é?
Ela o olha sem entender.
-O que é engraçado?
-O acaso. O destino. Engraçado, muito engraçado.
-Não entendo o que quer dizer...
-Eu quero dizer o seguinte, deve haver um motivo para nós dois estarmos aqui esta noite. Simplesmente deve haver!
-Por que TEM de haver?
-Porque é o destino! Veja bem, nós dois escolhemos a mesma boate, na mesma noite, e estamos aqui ao mesmo tempo no mesmo bar e tomando a mesma bebida! Muito, muito engraçado...
A mulher olhou para a cerveja em sua mão, e para o homem novamente.
-Eu, hein... É cada um que me aparece.
Ela se retirou e, pouco depois, outra mulher encostou-se ao lado do homem e pediu uma cerveja.
-Engraçado, não é?
-O que é engraçado?
FIM.
13 março, 2009
Dependência [4]
Pior do que o fato de depender de uma pessoa do sexo oposto, ou de qualquer outra que você sinta algo que mereça ser chamado de amor, é depender de duas, sem saber qual delas é prioridade na sua vida. Além da dependência amorosa, afetiva, existe a compulsiva não ligada ao amor e sim a um sentimento oposto. Doentia, comumente passa despercebida e maquiada pelos fatos. Quando notada, não se é dada o valor que se merece, e as pessoas que se tornam alvo por motivos corriqueiros ou reais sofrem as conseqüências quase sempre negativas. E sofrem, choram,desmaiam e se conformam com o fato de não saber se isso um dia terá um ponto final.
08 março, 2009
Dependência [3]
Dependência do meu amor não recíproco já citado acima. Dependência de escrever freneticamente sobre você, sem você imaginar. Escrevo pelo fato de saber que você não ira ler. Se você fosse ler, não escreveria mais. Esse conjunto de dependências insanas todas desencadeadas por você me fizeram quebrar uma das minhas únicas regras: não me envolver com artistas, sou artista temperamental o suficiente para um relacionamento. Então convivo com esse seu gênio forte de artista, com aquelas loucuras e bebedeiras justificadas pelo fato de você ser artista, ser artista assim como eu. Dependência das lentes da sua câmera próximas ao meu rosto. Dependência de ouvir a tua voz perguntando ao teu amigo se ele me aprovava e das minhas risadas causadas pelas suas besteiras.
07 março, 2009
Dependência [2]
Dependência, mas que palavra abominável, detestável. Sempre temi o fato de depender de algo o de alguém. Isso para mim, não estou generalizando. Preferia ser dependente química, do que viver nessa dependência não recíproca, existente só em um lado entre nós, mas que blasfêmia, mas que bobagem, quanta bobagem junta. A licença poética me permite muito mais. Pensei que fosse mais forte que isso tudo, mas não sou e talvez nunca seja, então você podia apenas me ligar pra me falar tudo aquilo que espero escutar.
Dependência [1]
Alguns anos atrás
- Vem Ca, vem! Me bota pra dormir tenho medo de trovão.
- Vai ficar tudo bem menina, ta tudo bem, se acalma
- Agora que você ta comigo... Fica aqui vai?
- Vem Ca, vem! Me bota pra dormir tenho medo de trovão.
- Vai ficar tudo bem menina, ta tudo bem, se acalma
- Agora que você ta comigo... Fica aqui vai?
25 fevereiro, 2009
Falta de sentir
Sentia o meu corpo todo arder, me sentia como se estivesse acabado de sair de um incêndio, ainda conseguia sentir as chamas no meu corpo. Não me sentia viva, não me sentia morta, apenas não me sentia. Me direcionei até a varanda de altura mediana, olhei para baixo com uma idéia fixa na cabeça. Fiquei com aquele olhar fixo, não sei ao certo por quanto tempo. O vento havia sumido, não o sentia mais em meus cabelos, as cores que sempre foram tão vivas, desapareceram, o tempo deveria passar normalmente, mas eu realmente não notava. A idéia continuava a me atormentar, meu olhar então cada vez mais fixo. Naquele momento a lembrança da tua mão na minha coxa e a minha mão nos teus belos e finos cabelos loiros invadiu a minha mente. Senti o vento trazer bem baixinho aquela música, aquela mesma, brand new start.
I got time to hold my own
What's a day when the years are on their way
I gotta say.
I got time to hold my own
What's a day when the years are on their way
I gotta say.
15 fevereiro, 2009
O diário de Ana para Otávio
Sexta feira, 13.
Era uma sexta feira como tantas outras, estava eu ali com meus amigos esperando o meu celular tocar. Precisava de distração, logo quando ia pedir uma bebida, ele ligou. Sei que já o mencionei aqui incontáveis vezes, mas era ele mesmo, Otávio. Me ligou logo quando ia começar a esquecê-lo, que desgraçado. Riu do meu sotaque, inexistente por sinal. Afirmou que nunca sentiu ciúmes de mim, apesar de no fundo saber que era mentira. Desliguei, tinha que desligar. Ainda tenho comigo aqui, um pouco daquela sensação que Otávio causa em mim, queria entender. Hoje vou dormir abraçada com o resquício da minha ilusão, até amanha.
Domingo, 15.
Realmente abomino domingos, eles realmente me atingem fundo com a sua melancólica de que amanhã o meu mundo será o real e o mais duro possível. Além disso, as pessoas não costumam sair no domingo e hoje sou uma delas. (...)
Ele voltou a me falar dela. Preciso de chocolate, já que aqui não tem bebida. Depois do chocolate tudo se acalma, volto a minha tranqüilidade aparente, pelo menos para ele. Volto a dar os meus conselhos que ele não vai seguir. Queria só saber quando vou parar de amar, tanto assim um otário que não percebe isso.
Segunda, 16.
Vou parar de beber, isso é uma promessa. Vou parar de amar, essa é outra promessa mais importante do que a outra.
Quinta, 19.
Conheci um cara, talvez ele seja diferente, ou não. Só vou descobrir, tentando. A gente conversou hoje, notei que ele é totalmente diferente de mim, em vários aspectos, como musical. Mas também ligo, estou precisando mesmo de pessoas opostas a mim para varia um pouco. Ele não me lembre o Otávio, um ponto positivo. Apesar de ainda lembrar dele sei que agora sou menos frágil.
Era uma sexta feira como tantas outras, estava eu ali com meus amigos esperando o meu celular tocar. Precisava de distração, logo quando ia pedir uma bebida, ele ligou. Sei que já o mencionei aqui incontáveis vezes, mas era ele mesmo, Otávio. Me ligou logo quando ia começar a esquecê-lo, que desgraçado. Riu do meu sotaque, inexistente por sinal. Afirmou que nunca sentiu ciúmes de mim, apesar de no fundo saber que era mentira. Desliguei, tinha que desligar. Ainda tenho comigo aqui, um pouco daquela sensação que Otávio causa em mim, queria entender. Hoje vou dormir abraçada com o resquício da minha ilusão, até amanha.
Domingo, 15.
Realmente abomino domingos, eles realmente me atingem fundo com a sua melancólica de que amanhã o meu mundo será o real e o mais duro possível. Além disso, as pessoas não costumam sair no domingo e hoje sou uma delas. (...)
Ele voltou a me falar dela. Preciso de chocolate, já que aqui não tem bebida. Depois do chocolate tudo se acalma, volto a minha tranqüilidade aparente, pelo menos para ele. Volto a dar os meus conselhos que ele não vai seguir. Queria só saber quando vou parar de amar, tanto assim um otário que não percebe isso.
Segunda, 16.
Vou parar de beber, isso é uma promessa. Vou parar de amar, essa é outra promessa mais importante do que a outra.
Quinta, 19.
Conheci um cara, talvez ele seja diferente, ou não. Só vou descobrir, tentando. A gente conversou hoje, notei que ele é totalmente diferente de mim, em vários aspectos, como musical. Mas também ligo, estou precisando mesmo de pessoas opostas a mim para varia um pouco. Ele não me lembre o Otávio, um ponto positivo. Apesar de ainda lembrar dele sei que agora sou menos frágil.
14 fevereiro, 2009
Solidão não tão solitária
- Ei, garota! Você mesmo!Está perdida? Por que está andando sozinha nesta hora?
- Não estou sozinha, você não os enxerga?
- Quem? Já te vejo caminhar a algum tempo e nesse tempo não esteve nem por um minuto acompanhada.
(silêncio, a garota não respondia, não demonstrava felicidade, nem tristeza, nem qualquer outro sentimento, apática)
- Qual seu nome? Garota você ta me ouvindo me diz o seu nome! Vou ligar para polícia para chamar os teus pais.
(ela direciona o seu olhar para o lado oposto, onde esboça um leve sorriso seguido de um barulho inexplicável)
- Meu nome é solidão. (olhando na direção oposta)
- GAROTA! Estou falando serio! Para onde você ta olhando? Olha para mim. Quem está ai?
- Eu os vejo aqui, eles como você perguntaram porque eu estava sempre sozinha então os convidei para me fazer companhia.
- Não estou sozinha, você não os enxerga?
- Quem? Já te vejo caminhar a algum tempo e nesse tempo não esteve nem por um minuto acompanhada.
(silêncio, a garota não respondia, não demonstrava felicidade, nem tristeza, nem qualquer outro sentimento, apática)
- Qual seu nome? Garota você ta me ouvindo me diz o seu nome! Vou ligar para polícia para chamar os teus pais.
(ela direciona o seu olhar para o lado oposto, onde esboça um leve sorriso seguido de um barulho inexplicável)
- Meu nome é solidão. (olhando na direção oposta)
- GAROTA! Estou falando serio! Para onde você ta olhando? Olha para mim. Quem está ai?
- Eu os vejo aqui, eles como você perguntaram porque eu estava sempre sozinha então os convidei para me fazer companhia.
Acaso
Lágrimas escorrendo sem parar, e eu não queria acreditar nos meus ouvidos. Ele estava acabando comigo, literalmente, e no dia do nosso aniversários de namoro. Havia outra, eu sabia que havia. Sabia antes mesmo que ele dissesse.
Jogo a aliança no chão e saio do bar, quase cega pela raiva e pelas lágrimas, sem prestar atenção às ruas que percorria, ou nas pessoas que nelas estavam.
Esbarro em alguém, peço desculpas não muito sinceras, mas a pessoa me chama pelo nome e pergunta o que aconteceu. Viro-me de volta.
Reconheço um velho conhecido, não muito velho, não muito conhecido. Do último trabalho, lembro.
Ele se oferece para me levar em casa, eu não aceito, mas mesmo assim ele me leva, e no caminho a verdade acaba escapando da minha boca e me atingindo de forma inigualável.
Ele tenta me consolar, eu tento me controlar. Ao parar na frente da minha casa, ele se despede com um beijo no rosto, o primeiro de muitos, mas nem todos no rosto.
Jogo a aliança no chão e saio do bar, quase cega pela raiva e pelas lágrimas, sem prestar atenção às ruas que percorria, ou nas pessoas que nelas estavam.
Esbarro em alguém, peço desculpas não muito sinceras, mas a pessoa me chama pelo nome e pergunta o que aconteceu. Viro-me de volta.
Reconheço um velho conhecido, não muito velho, não muito conhecido. Do último trabalho, lembro.
Ele se oferece para me levar em casa, eu não aceito, mas mesmo assim ele me leva, e no caminho a verdade acaba escapando da minha boca e me atingindo de forma inigualável.
Ele tenta me consolar, eu tento me controlar. Ao parar na frente da minha casa, ele se despede com um beijo no rosto, o primeiro de muitos, mas nem todos no rosto.
Desisti
Desisti! Não de mim, de nós. Não de nós para sempre, de nós agora. Não de você, de você junto a mim neste momento. Se quiser me esperar, me espere, mas sem cansar, sem exitar, sem duvidar que realmente te amei, que realmente te amo. Caso contrário, não me espere, encontre outros braços para os seus abraços. Acabei descobrindo que desistir de nós, era desisti de um pedaço de mim.
13 fevereiro, 2009
arte ser artista
Arte para mim é um pedaço de céu que um verdadeiro artista teve a sensibilidade de roubar e emoldurar numa bela tela, num belo espetáculo, ou em tantas outras artes. Arte para mim não são palavras escritas ao acaso, não são tintas jogadas num quadro sem nenhum propósito. Artista é apenas um insano que resolve compartilhar sua arte, sua opinião diferenciada do mundo, um artista não se sente satisfeito em ter aquilo só para si. O grande amor da vida do artista é o público. Arte é uma expressão livre, arte é o sangue que corre nas minhas veias.
29 janeiro, 2009
oito horas de sono mal dormidas
Minhas oito horas de sono mal dormidas não me são suficientes, meus olhos exaustos se fecham involuntariamente, mas não consigo dormir a algum tempo. Tomo um bom banho com água gelada, sempre funciona. Escondo minhas marcas de insônia presentes no meu rosto com um bom corretivo. Minha cabeça está a mil, não me recordo dos dias que não foram assim. Preciso de um remédio que me induza o sono, bem forte de preferência, que me induza a ter belos sonhos, mas que blasfêmias, não preciso de nada disso, não preciso dormir, muito menos de remédios para isto, preciso apenas de você aqui, para me tranqüilizar, pra me dar seu belo sorriso, para ser parte do ar que eu respiro. Preciso de você aqui para voltar a dormir bem, para parar de acordar tantas vezes à noite.
voltei

Voltei à realidade dura, crua e nua. Ela não me encanta, não prende minha atenção nem por poucos instantes. Vamos brindar, vamos beber, vamos imaginar que não estamos aqui, por favor. Aqui não me parece tão interessante, por que não quero estar onde estou? Ah mais que mania garota de querer o impossível. Mais uma dose. Já estou quase chegando onde eu quero.
26 janeiro, 2009
não era para ser sobre amor.
Não, não era para ser sobre amor, mas é, está sendo, já foi, agora é tarde! Não queria acreditar, não queria me conformar. Essa minha mania de achar que controlo meus sentimentos, de achar que posso controlar tudo, não posso. A lista de impedimentos chega a me assustar, ele é velha demais para você, você não vai conseguir conviver com a distância... Talvez sim, não que isso vá mudar algo dentro de mim, não vai mudar nada, talvez seja tudo isso mesmo, talvez seja impossível. Sempre gostei de desafios, coisas fáceis demais me cansam, estou cansada de tantos outros que não me acrescentam nada. Então aguardo, espero ansiosamente desde os meus 7 anos de idade quando decide que com você ia casar. Tenho medo, medo de me arriscar, medo de não conseguir esperar, tenho medo dessa ilusão toda, mas apenas cansei de ter medo, vou sair vou conhecer alguém que não vai adicionar nada da minha vida e vou fingir que é você, só para me distrair por esta noite. Vou dormir contando os dias para te ver de novo, vou acordar e ler sua mensagem novamente. Não, não era para ser sobre amor, mas agora já é, é irremediável e nem sei tanto assim se quero ir à busca do remédio dessa doença.
23 janeiro, 2009
Paris.
Você é tão Paris
Eu sou um Zé qualquer
Insisto em desistir
Você só quer vencer
Se tudo correr bem
Vamos nos odiar
Eu vim te ver
Me deixa entrar
Eu sei que é tarde
Mas vem que é hora de
Se entender
Vai me deixa entrar
Eu sou um Zé qualquer
Insisto em desistir
Você só quer vencer
Se tudo correr bem
Vamos nos odiar
Eu vim te ver
Me deixa entrar
Eu sei que é tarde
Mas vem que é hora de
Se entender
Vai me deixa entrar
11 janeiro, 2009
Terapia coletiva: Bar
Num bar, dois amigos que não se viam havia algum tempo colocavam o assunto em dia.
-E tu, cara? - Pergunta um ao outro. - Como vai o casamento?
-Não vai.
-Como assim? Não casou?
-Casei sim, senhor.
-E então?
-Mas separei-me no meio do ano passado.
-E porquê? Um casal tão bonito, feliz...
-Você nem a conhecia...
-Naturalmente deviam ser. Mas me conte, qual foi o motivo da separação?
Ele chama o garçom, pede outra rodada de cerveja e continua.
-Ela achava que eu tinha outra.
-E não tinha?
-Não. Não tive durante o casamento. Mas como ele havia acabado por causa disso, resolvi arranjar.
-Então já estámorando com a outra?
-Não, ela é casada. Mas na semana passada disse ao marido que ia passar uma semana num Spa e viajou comigo para o Maranhão.
O outro já começou a ficar desconfiado, mas continuou ouvindo.
-E hoje ela disse que ia ao supermercado, quando veio se encontrar comigo...
Um soco voa e a briga começa. O rapaz tinha passado a semana anterior sozinho enquanto sua mulher supostamente teria ido a um Spa, e hoje quando saiu de casa para trabalhar ela ainda não tinha voltado do supermercado.
Chegou em casa com os papéis do divórcio prontos, apenas faltando a assinatura dela.
Estava tão transtornado que nem havia percebido os 5kg que ela tinha perdido no Spa, nem a conta do supermercado sobre a mesa.
-E tu, cara? - Pergunta um ao outro. - Como vai o casamento?
-Não vai.
-Como assim? Não casou?
-Casei sim, senhor.
-E então?
-Mas separei-me no meio do ano passado.
-E porquê? Um casal tão bonito, feliz...
-Você nem a conhecia...
-Naturalmente deviam ser. Mas me conte, qual foi o motivo da separação?
Ele chama o garçom, pede outra rodada de cerveja e continua.
-Ela achava que eu tinha outra.
-E não tinha?
-Não. Não tive durante o casamento. Mas como ele havia acabado por causa disso, resolvi arranjar.
-Então já estámorando com a outra?
-Não, ela é casada. Mas na semana passada disse ao marido que ia passar uma semana num Spa e viajou comigo para o Maranhão.
O outro já começou a ficar desconfiado, mas continuou ouvindo.
-E hoje ela disse que ia ao supermercado, quando veio se encontrar comigo...
Um soco voa e a briga começa. O rapaz tinha passado a semana anterior sozinho enquanto sua mulher supostamente teria ido a um Spa, e hoje quando saiu de casa para trabalhar ela ainda não tinha voltado do supermercado.
Chegou em casa com os papéis do divórcio prontos, apenas faltando a assinatura dela.
Estava tão transtornado que nem havia percebido os 5kg que ela tinha perdido no Spa, nem a conta do supermercado sobre a mesa.
09 janeiro, 2009
viajar

Estou indo para João Pessoa com lalazinha, volto no final de janeiro. Era apenas isso, sem mais explicações, expectativas e muito menos recomendações alheias, por favor.
07 janeiro, 2009
Ano novo... Português novo?
A partir de 1º de Janeiro de 2009 começou a vigorar um novo acordo ortográfico, que se baseará em mudanças na língua portuguesa para que esta fique mais unificada nos países nos quais é falada. Esse acordo provoca uma certa revolta nas pessoas que vão ser submetidas a ele, pois isso implicará diretamente na mudança de palavras usadas diariamente por elas.
Eu pessoalmente sou completamente contra as mudanças. O que há de errado com as diferenças lingüísticas (que, com as mudanças, vira linguísticas) dos países? Qual o problema de, mesmo falando a mesma língua, haverem pontos característicos de cada país?
Na minha opinião, essas diferenças contribuem para a individualidade de expressão de cada país. E, também na minha opinião, esse acordo só vai dificultar para as pessoas, pois estas terão que se acostumar e adaptar com regras totalmente novas, além de que terão que, de certa forma, decorar as regras novas, até que consigam, por memória, saber que o hífen não será mais usado em palavras cujo segundo elemento comecem com S ou R, mas será usado quando o primeiro elemento da palavra terminar em R. (Exemplos: Auto-retrato e anti-social viram autorretrato e antissocial.)
Sem contar a confusão que causará nos vestibulares, pois as novas regras serão cobradas neles (Mesmo que só daqui a algum tempo, mas ainda assim serão.).
As principais mudanças que ocorrerão envolverão a abolição do uso da trema, mudanças no uso do hífen, mudanças com relação à acentuação e a integração das letras "K", "W" e "Y" no alfabeto brasileiro.
Porém, até 2012, o uso das novas regras será facultativo, ou seja, opcional. E até lá, eu continuarei escrevendo tranqüila, com trema, e com o modo de escrever ao qual todo brasileiro está acostumado.
Eu pessoalmente sou completamente contra as mudanças. O que há de errado com as diferenças lingüísticas (que, com as mudanças, vira linguísticas) dos países? Qual o problema de, mesmo falando a mesma língua, haverem pontos característicos de cada país?
Na minha opinião, essas diferenças contribuem para a individualidade de expressão de cada país. E, também na minha opinião, esse acordo só vai dificultar para as pessoas, pois estas terão que se acostumar e adaptar com regras totalmente novas, além de que terão que, de certa forma, decorar as regras novas, até que consigam, por memória, saber que o hífen não será mais usado em palavras cujo segundo elemento comecem com S ou R, mas será usado quando o primeiro elemento da palavra terminar em R. (Exemplos: Auto-retrato e anti-social viram autorretrato e antissocial.)
Sem contar a confusão que causará nos vestibulares, pois as novas regras serão cobradas neles (Mesmo que só daqui a algum tempo, mas ainda assim serão.).
As principais mudanças que ocorrerão envolverão a abolição do uso da trema, mudanças no uso do hífen, mudanças com relação à acentuação e a integração das letras "K", "W" e "Y" no alfabeto brasileiro.
Porém, até 2012, o uso das novas regras será facultativo, ou seja, opcional. E até lá, eu continuarei escrevendo tranqüila, com trema, e com o modo de escrever ao qual todo brasileiro está acostumado.
-Natália Cristine
06 janeiro, 2009
último
Se tivesse me lembrando que aquele era o nosso último beijo, teria puxado sua camisa só para sentir seu perfume por mais alguns segundos. Se alguém tivesse me sussurrado quando olhei para trás e ainda o vi me olhando, que não veria mais aquilo por um bom tempo, eu teria saído correndo, só para te dizer que odeio o seu time de futebol, para poder ver o seu rosto irritado e rir do seu sotaque para te irritar mais. Não sinto mais o seu cheiro que sempre permanecia na minha pele, os meus cabelos não tem mais o cheiro do seu charuto, não escuto mais você me chamando de sua atriz boemia, não escuto mais nossas vozes embaraçadas lembrando de quando a gente era criança, não posso mais jogar na sua cara que você me pediu em casamento quando tinha 10 anos, não escuto mais os outros dizendo que nos parecemos irmãos. Eu disse Adeus, mas você só disse até logo, então retiro o meu adeus e fico só com o seu ate logo. Se tivesse me lembrado que aquele era o nosso último beijo, ele não teria sido o último.
04 janeiro, 2009
Minha amiga confiança.
- Alô, amor, sou eu. Você ainda vem? Está tão atrasado, aconteceu algo?
- Vou sim, desculpa a demora, chego em meia hora, me espera mesmo ta? Preciso conversar com você.
(alguns minutos depois ele chega, abraços apertados e beijos longos).
(...)
- O que houve amor? Parece que aconteceu algo que te deixou aflito.
- Antes de tudo, eu te amo, você sabe que eu vivo por você, que você é minha princesa. Eu quero passar o resto da vida ao seu lado, quero casar com você, comprar um apartamento, ter o nosso lar e discutir sobre coisas corriqueiras, quero discutir a cor da tinta do nosso quarto e a posição dos movéis da nossa sala.
- Fala logo, você esta me deixando preocupada.
- Vou ser transferido, meu chefe disse que é provisório no máximo seis meses. Você me espera?
- Mas... E nesse tempo? Seis meses é muita coisa...
- Quero que você fique tranqüila, não tem motivo para ficar preocupada minha princesa. Nunca lhe trairia, vou ligar pra você todo dia, te prometo. Te conto tudo que acontecer, e não vou te esquecer, nunca lhe esqueceria. Com essa viagem vou começar a juntar dinheiro para termos a nossa vida, só nossa. Eu te amo? Você me ouviu? Diz alguma coisa... Você não confia em mim?
- É... Não é que eu não confie em você, eu não confio em mim.
- Vou sim, desculpa a demora, chego em meia hora, me espera mesmo ta? Preciso conversar com você.
(alguns minutos depois ele chega, abraços apertados e beijos longos).
(...)
- O que houve amor? Parece que aconteceu algo que te deixou aflito.
- Antes de tudo, eu te amo, você sabe que eu vivo por você, que você é minha princesa. Eu quero passar o resto da vida ao seu lado, quero casar com você, comprar um apartamento, ter o nosso lar e discutir sobre coisas corriqueiras, quero discutir a cor da tinta do nosso quarto e a posição dos movéis da nossa sala.
- Fala logo, você esta me deixando preocupada.
- Vou ser transferido, meu chefe disse que é provisório no máximo seis meses. Você me espera?
- Mas... E nesse tempo? Seis meses é muita coisa...
- Quero que você fique tranqüila, não tem motivo para ficar preocupada minha princesa. Nunca lhe trairia, vou ligar pra você todo dia, te prometo. Te conto tudo que acontecer, e não vou te esquecer, nunca lhe esqueceria. Com essa viagem vou começar a juntar dinheiro para termos a nossa vida, só nossa. Eu te amo? Você me ouviu? Diz alguma coisa... Você não confia em mim?
- É... Não é que eu não confie em você, eu não confio em mim.
bússola idiota
Joguei minha bússola fora, ela não apontava para o norte há algum tempo. Minhas lembranças ligadas a aquela merda de objeto me impediam de joga - lá no lixo. Para que tanto sentimentalismo? Isso é apenas uma bússola que não tem serventia nenhuma. Mesmo se ela apontasse para o norte, seria chato viver sabendo exatamente o caminho que vou traçar, gosto de sair sem rumo, sempre gostei dessas incertezas. Se essa porra apontasse para o norte ao menos conseguiria sair desse labirinto. Acho que já me acostumei a estar presa aqui, sem saídas, talvez eu até esteja começando a gostar. MERDA! Onde estava com a cabeça ao jogá-la fora? Está aqui você querida, aparentemente agora está apontando para o norte, você só precisava de uma pressãozinha e de ser jogada no chão. Graças, achei finalmente a saída. Voltei para a civilização, para o mundo moderno, tudo perdeu a graça, monotonia, as pessoas não me encantam mais. Tomei uma atitude, sem passar duas vezes, quebrei novamente minha bússola e entrei novamente no meu labirinto, onde após um tempo voltei a procurar a saída, mais essa bússola idiota não aponta para norte, deixa de ser temperamental, você é apenas um objeto inútil.
proibido me ler
Era apenas para eu ser uma garota de 15 anos com preocupações bestas, como eu preciso tirar boas notas na escola, ai meu deus porque essa espinha apareceu logo hoje que vou encontrar ELE, deixa só eu passar um pó, um blush para ficar pronta para balada, como eu vou me vingar daquela vaca, odeio aquela garota, minha mãe não me deixa sair, viver... Não que eu não me preocupe com isso, eu me preocupo. Mas acho que para uma garota de 15 anos tenho preocupações adultas demais, já passei por dilemas sérios que talvez tivesse feito muitos entrar em uma seria depressão e ficar traumatizados. Talvez seja isso, talvez eu seja um pouco traumatizada. Traumatizada e cheia de magoas, tem os que dizem que não guardam magoas, admiro se realmente for verdade, posso perdoar, esquecer, dizer que esta tudo bem, como de costume me aparentar forte, mas lá no fundo ainda vai ficar aquela cicatriz que sempre vai estar ali. Dessas cicatrizes tenho muitas, espalhadas durante meus poucos anos de vida. Minha mãe me disse que eu sou carente demais, apesar de me esconder atrás dessa cara de garota que não está nem ai para ninguém, que sempre tem uma resposta pronta para ser dada, essa garota que parece as vezes não ter tantos sentimentos assim, uma garota que parece viver uma vida feliz e dos sonhos, existe uma garota solitária, que nunca teve tanta companhia assim. Tenho escutado por ai que sou grossa, por acaso essas pessoas sabem todos os motivos que tenho para ser do jeito que sou? Sabem de tudo que já escutei, já passei e já vivi? Nem vou perder meu tempo contando. Meu mecanismo de autodefesa está sempre ligado, mas falhou. Às vezes falha mesmo, e hoje foi um desses dias, falhou, amanhã eu concerto. Semana que vem estarei tirando férias de tudo isso aqui, estarei apenas curtindo toda a delicia daquele vazio que me preenche. Sempre achei que devia ser proibido proibir, mas como as pessoas continuam proibindo, resolvi proibi também, aqui é proibido fumar e você é proibido de me ler, talvez só provisoriamente. Espera só, eu pegar minha bolsa, sair por ai sem destino previsto, sentir o vento nos meus cabelos e concertar minha maquina de autodefesa que talvez eu volte a ser aquela garota que eu conheci, aquela doida que apenas queria curti e não ligava tanto assim para os outros.
Isso não é romantismo senhorita, apenas cachaça!
- Mais uma dose, por favor. Pensando melhor, duas, leva outra para aquela bela ruiva ali do canto.
- O senhor que me mandou a bebida, não foi?
- Eu mesmo, lhe observava ali sozinha e imaginava motivo da sua solidão, um rosto tão bonito como o seu normalmente é visto acompanhado por outro tão bonito quanto.
- Vamos pular essa parte. Já estou acostumada de escutar cantadas de bêbados, mas essa história é nova, então vou até gastar meu tempo de reflexão solitária, para ouvir o que tem a me dizer.
- Me perguntava, se a Senhora, melhor se a Senhorita, não tem idade para ser Senhora estava sozinha ou apenas a esperar alguém, o relógio mudou os ponteiros e nada, ninguém se sentou ao seu lado. Seu rosto provocante, apesar de não se insinuar para mim, me atraia. Imaginei que poderia estar sozinha por alguma decepção amorosa, mas não me parecia triste. Outra hipótese seria que você como eu gosta de ir a bares sozinha em pleno sábado a noite, apenas por falta de companhia e pensar que já que não vai fazer nada em casa, melhor não fazer nada num bar, acompanhado de uma boa bebida.
A bela ruiva não falou mais nada, apenas o agarrou, não perguntou nem sequer o seu nome. Apenas acreditou na suas doces palavras, acreditou na esperança de um homem melhor pra começar uma nova historia. Dormiram, ou melhor, não dormiram.
- Você é o melhor homem que eu já conheci, tão romântico, suas palavras me tocam, me fazem acreditar que... Vem cá, volta para cama, meu romanticozinho.
- Isso não é romantismo senhorita, apenas cachaça.
- O senhor que me mandou a bebida, não foi?
- Eu mesmo, lhe observava ali sozinha e imaginava motivo da sua solidão, um rosto tão bonito como o seu normalmente é visto acompanhado por outro tão bonito quanto.
- Vamos pular essa parte. Já estou acostumada de escutar cantadas de bêbados, mas essa história é nova, então vou até gastar meu tempo de reflexão solitária, para ouvir o que tem a me dizer.
- Me perguntava, se a Senhora, melhor se a Senhorita, não tem idade para ser Senhora estava sozinha ou apenas a esperar alguém, o relógio mudou os ponteiros e nada, ninguém se sentou ao seu lado. Seu rosto provocante, apesar de não se insinuar para mim, me atraia. Imaginei que poderia estar sozinha por alguma decepção amorosa, mas não me parecia triste. Outra hipótese seria que você como eu gosta de ir a bares sozinha em pleno sábado a noite, apenas por falta de companhia e pensar que já que não vai fazer nada em casa, melhor não fazer nada num bar, acompanhado de uma boa bebida.
A bela ruiva não falou mais nada, apenas o agarrou, não perguntou nem sequer o seu nome. Apenas acreditou na suas doces palavras, acreditou na esperança de um homem melhor pra começar uma nova historia. Dormiram, ou melhor, não dormiram.
- Você é o melhor homem que eu já conheci, tão romântico, suas palavras me tocam, me fazem acreditar que... Vem cá, volta para cama, meu romanticozinho.
- Isso não é romantismo senhorita, apenas cachaça.
02 janeiro, 2009
instabilidade amorosa.
Me peguei andando pelas ruas da cidade no primeiro dia do ano. Nas primeiras horas refletia sobre o ano que se passou, sobre quem me tornei, quem eu quero me tornar, depois de algum tempo passei apenas a apreciar a música, porque como de costume o meu companheiro mais fiel estava comigo. “Eu quero a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida” desculpa ser contra as frases de um dos meus poetas favoritos, mas eu não quero a sorte de nenhum amor tranqüilo, quero acordar com a incerteza pensando se ele vai estar aqui amanhã, não quero fazer os mesmos programas todo final de semana que com o tempo se tornaram monótonos, não quero escutar declarações de amor ensaiadas na frente do espelho. Pode parecer estranho, mas eu quero brigar, gritar, reclamar e discutir com ele muitas vezes e dormir com a certeza que nunca mais quero ver o seu rosto, e de manhã lembrar que preciso disso pra poder dormir novamente. Sou inconstante, não quero morrer de tédio com você, muito menos com ele, quero poder saber que posso chamá-lo pra os programas mais loucos e viver dias que nunca teríamos outros iguais. Posso aparentar ser uma doida, quem liga? Eu não. Acho que os loucos são muito mais felizes, e se um dia eu achar uma pessoa tão insana como eu, talvez eu pare de querer uma coisa a cada instante, talvez eu pare com toda essa instabilidade amorosa. Enquanto espero a minha fruta não mordida chegar, pra não perder o prazer de dar a primeira mordida e deixar a marca dos meus dentes, continuo apenas curtindo essa fase que chamam de adolescência.
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